
08 de outubro de 2012 | 16h56
WASHINGTON - A Casa Branca congratulou nesta segunda-feira, 8, o povo da Venezuela pela reeleição do presidente Hugo Chávez, de 58 anos, enquanto admitiu no mesmo comunicado que os Estados Unidos têm "diferenças" com o bolivariano. "Nós temos nossas diferenças com o presidente Chávez" disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney. "Mas congratulamos o povo venezuelano", acrescentou, ao dizer que o processo eleitoral foi "pacífico" na Venezuela.
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Já o presidente cubano, Raúl Castro, congratulou Chávez no final da noite de ontem pela vitória na eleição presidencial da Venezuela. "Tua vitória decisiva garante a continuidade da luta para uma integração verdadeira da nossa América", afirmou em comunicado. Entre os cubanos comuns, a sensação obtida com a vitória de Chávez era de alívio. O ex-presidente cubano Fidel Castro, que deixou o poder em 2008, não fez qualquer comentário nesta segunda-feira.
O candidato da oposição, Henrique Capriles, havia dito que a relação econômica da Venezuela com Cuba seria revista caso fosse eleito. Cuba depende quase totalmente do petróleo vendido pela Venezuela, a condições e preços favoráveis, para manter sua economia funcionando. "Em termos práticos, para nós cubanos significa que a relação continuará. Ela podia ser interrompida", disse Leonardo Juan, funcionário público de uma estatal cubana. Com a ajuda da Venezuela, o governo cubano conseguiu reativar a refinaria de Cienfuegos. Cuba depende da queima de petróleo para gerar eletricidade.
Não apenas os cubanos ficaram contentes com a vitória de Chávez. Manifestações de alegria foram comuns nos países do Caribe e da América Central, para os quais a Venezuela vende petróleo a preços baixos e subsidiados. O petróleo é fornecido sob um programa da Petrocaribe, criada por Chávez para esse fim. "Na República Dominicana, a população ficou extasiada com a vitória de Chávez. A economia dominicana provavelmente teria entrado em colapso sem os termos generosos da Petrocaribe", disse Eduardo Gamarra, professor de relações internacionais na Universidade Internacional da Flórida (EUA). A Petrocaribe também fornece petróleo ao Haiti.
"No Caribe, Chávez tem toda uma coleção de pequenos países que não são importantes em termos econômicos. Eles sobrevivem por causa dos subsídios de Chávez", disse Gamarra. "Mas adivinhe o que eles fazem: em qualquer votação na Organização dos Estados Americanos (OEA), ou na Organização das Nações Unidas (ONU), eles sempre votam com a Venezuela. Chávez sabe disso".
Com AP e Dow Jones
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