
05 de janeiro de 2018 | 13h35
WASHINGTON - A Casa Branca anunciou na quinta-feira, 5, um veto ao uso de celulares pessoais na Ala Oeste a partir da próxima semana por motivos de segurança, uma medida que parece estar dirigida a conter os vazamentos à imprensa de informações comprometedoras sobre o governo do presidente Donald Trump.
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A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o veto tem como objetivo proteger o escritório de Trump e os de seus principais assessores. "O pessoal poderá trabalhar nos seus dispositivos entregues pelo governo, para continuar trabalhando duro pelo povo americano", indicou Sanders, que justificou a mudança para garantir "a segurança e integridade dos sistemas tecnológicos da Casa Branca".
Segundo o jornal The New York Times, o pessoal da Ala Oeste já tinha sido advertido pouco depois do início do mandato de Trump no ano passado que estavam proibidos de usar seus próprios dispositivos, mas a regra não tinha sido aplicada até agora.
O anúncio é feito um dia depois de Trump expressar sua cólera pela divulgação de trechos de um livro sobre sua presidência, chamado Fire and Fury (Fogo e Fúria, em tradução livre), que perfila seus primeiros meses no poder como um caos constante.
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A porta-voz de Trump tentou desacreditar nesta quarta-feira o livro, ao assegurar que estava cheio de "falsas afirmações" e de fontes "que não têm acesso nem influência sobre a Casa Branca". Trump também rompeu publicamente sua relação com Steve Bannon, que foi seu estrategista-chefe e uma das figuras mais poderosas na Casa Branca de janeiro a agosto de 2017.
No livro, Bannon qualificou de "traição" e " antipatriótica " uma reunião realizada em 2016 entre o filho mais velho de Trump, Donald Jr., e um grupo de russos na busca por documentos que prejudicassem a rival democrata nas eleições desse ano, Hillary Clinton.
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Desde que chegou ao poder, Trump se irritou com a aparição de detalhes sobre os segredos do seu governo na imprensa, e em fevereiro de 2017 pediu ao Departamento de Justiça que examinasse a proliferação de "vazamentos criminosos" com fontes anônimas. / EFE
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