Casa Branca recusa convite de Saddam para inspecionar armas

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Por Agencia Estado
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A Casa Branca e um destacado senador democrata recusaram hoje um convite do governo iraquiano para que se faça uma inspeção em locais onde há suspeitas de produção de armas. Os Estados Unidos cobram do Iraque mais atitudes, não conversas. "Não há necessidade de discussão. É preciso que o regime em Bagdá cumpra seu compromisso com o desarmamento", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Sean McCormack, durante visita do presidente George W. Bush Pittsburgh. O senador democrata Joseph Biden, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, também recusou a proposta. "O Iraque tem de colocar fim a suas táticas para evadir-se", disse Biden. O presidente do Parlamento iraquiano, Saadun Hammadi, enviou o convite ao presidente da Câmara de Representantes dos EUA, o republicano Dennis Hastert, e ao líder da maioria democrata no Senado, Tom Daschle, por intermédio de um diplomata polonês encarregado dos interesses americanos em território iraquiano. Hammadi pediu-lhes que enviem uma delegação parlamentar, "acompanhada de especialistas em química, biologia e energia nuclear" para verificar as acusações de que o país produz armas de destruição em massa. McCormack reiterou a visão da administração Bush de que as inspeções não são a finalidade da pressão internacional sobre o Iraque - a meta é a eliminação de qualquer capacidade iraquiana de desenvolver ou adquirir armas. Ataque Os EUA estão também comprometidos com uma política para derrubar o presidente iraquiano Saddam Hussein, que os altos funcionários disseram não estar ligada à questão das inspeções. Com o aumento das especulações sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana antes do fim do ano, o governo do Iraque tem procurado mostrar-se conciliador. Na semana passada, convidou o chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, para ir a Bagdá para "conversações técnicas". No domingo, Blix deixou clara sua oposição a negociações, enquanto Saddam não concordar com a volta de sua equipe para a condução das investigações sobre armas de destruição em massa. Os inspetores foram expulsos do país em 1998. O Conselho de Segurança (CS) da ONU reuniu-se hoje para analisar o convite e dar uma resposta. A certificação de que o Iraque não produz armas químicas, biológicas ou nucleares é uma das condições impostas pelo CS para levantar as sanções impostas ao país em 1990, depois da invasão do Kuwait. Prevenção Temendo um ataque americano, as autoridades iraquianas começaram a distribuir antecipadamente à população as rações de alimentos dos meses de agosto e setembro. Mais de 10 mil pessoas saíram às ruas de Bagdá hoje para protestar contra as ameaças americanas. A multidão queimou imagens de Bush e bandeiras dos EUA. Em Londres, parlamentares estão pressionando o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a não tomar nenhuma decisão sobre participação do país num eventual ataque ao Iraque, sem antes levar em conta a posição do Parlamento. O veterano parlamentar trabalhista Tam Dalyell, enviou carta a Blair dizendo que ele tem a obrigação moral de debater o assunto com o Parlamento. Em Israel, o Ministério da Saúde informou estar pruduzindo um novo sortimento de vacinas contra a malária, por temer que uma intervenção americana no Iraque leve o governo de Saddam a retaliações com armas biológicas contra a população israelense.

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