WASHINGTON - A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira, 19, que tomou a decisão final de restaurar permanentemente as credenciais de imprensa para o repórter da CNN Jim Acosta, pondo fim a uma disputa judicial, informou o canal.
A decisão é anunciada três dias após um juiz em Washington ordenar à administração Trump restaurar temporariamente a credencial do jornalista, que foi revogada após uma tensa entrevista coletiva do presidente.
Ela também reverte uma carta da Casa Branca de sexta-feira que dizia que a credencial de Acosta poderia ser revogada novamente logo após a ordem judicial expirar.
A CNN havia recorrido à Justiça e o juiz Timothy Kelly determinou que o correspondente retornasse ao trabalho até que ele considerasse o mérito da questão. Na decisão que concedeu a liminar, o magistrado disse que a Casa Branca não respeitou o devido processo ao suspender a credencial.
"O processo de decisão da Casa Branca foi tão envolto em mistério que o governo não soube me explicar o porquê da decisão", disse o juiz, que foi nomeado ao cargo por Trump.
A CNN decidiu processar Trump e outros cinco membros de seu gabinete por infrigir a 1ª Emenda da Constituição americana, que versa sobre a liberdade de imprensa, e a 5ª,que garante que ninguém é culpado até o trânsito em julgado.
"A CNN continua a violar as emendas de número 1 e 5 da Constituição", disse a emissora em nota. "Essas ações ameaçam todos os jornalistas e empresas de comunicação."
Os advogados do Departamento de Justiça, que defendem a Casa Branca no caso, argumentaram que a primeira emenda não foi violada porque outros jornalistas da CNN mantêm o acesso à cobertura do Executivo.
A credencial de Acosta, conhecido pelas perguntas duras ao presidente, foi suspensa pela porta-voz do presidente Sarah Sanders depois de Trump mandar ele se calar e uma estagiária tentar tirar o microfone da mão do repórter em uma entrevista. Sarah acusou o jornalista de "colocar as mãos em uma jovem", acusação que o juiz caracterizou como "provavelmente mentirosa". /WASHINGTON POST