Casamento coletivo combate racismo na Bélgica

Mais de 700 se casam após três casais recusarem cerimônia celebrada por negro

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Por Agencia Estado
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Mais de 700 casais simbolicamente oficializaram sua união nesta quarta-feira, 21, em casamento coletivo contra o racismo na cidade belga de Sint-Niklaas, ao norte de Bruxelas. A informação é da rede britância BBC. Coincidindo com o Dia Internacional do Racismo, a cerimônia foi convocada como forma de manifestação. Três casais desistiram sucessivamente de casar na cidade ao serem informados de que a cerimônia seria celebrada por um negro, que trabalha como secretário da prefeitura. Desde que a notícia deu a volta ao mundo, o secretário Wouter Van Bellingen, nascido em Ruanda e adotado por uma família belga quando era criança, recebeu dezenas de cartas e e-mails de apoio. Geere Brokken, um dos participantes, disse que estava "indignado que as pessoas recusaram a se casar por causa da cor de alguém". As mensagens vêm de diversos países, como Alemanha, Peru e África do Sul. Desses países também vieram alguns dos participantes do casamento coletivo, muitos dos quais já são casados e pretendem agora renovar votos. De acordo com a lei belga, Van Bellingen está autorizado a casar apenas residentes de Sint-Niklaas. Por isso a celebração desta quarta-feira foi simbólica. O casamento coletivo foi organizado pela prefeitura de Sint-Niklaas, com apoio de ONGs contra o preconceito e de alguns meios de comunicação belgas. Os noivos se reuniram na praça principal da cidade no início da tarde para um banquete multicultural oferecido a toda a cidade e, depois de oficializado o casamento, participaram de um "abraço coletivo a favor das diferenças". Ultra-nacionalismo Van Bellingen disse que foi "a mais primitiva forma de racismo". Ele foi eleito em Outubro, na cidade de 70 mil habitantes ao norte de Bruxelas. Na mesma eleição, o grupo Vlaams Belang, com tendências xenofóbicas e a favor da independência de extrema direita, teve obteve mais de um quarto da votação total nas últimas eleições parlamentares. O partido acusa Van Bellingen de usar o casamento em massa em prol de suas futuras ambições políticas.

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