
24 de novembro de 2010 | 00h00
LONDRES
A família real anunciou ontem para 29 de abril o casamento do príncipe William com Kate Middleton - cujo noivado tinha sido anunciado na semana passada. A cerimônia será realizada na Abadia de Westminster de Londres, um dos templos anglicanos mais tradicionais da Inglaterra (mais informações nesta página).
Em meio à grave crise econômica que abala os britânicos - assim como boa parte dos demais europeus -, o Palácio de Buckingham antecipou-se em informar que os custos da cerimônia, cujo valor ainda não foi estimado, serão cobertos pela família e pelos Middletons, cuja fortuna advém de uma empresa que entrega brinquedos para festas.
O governo do primeiro-ministro David Cameron declarou o dia do casamento feriado na Inglaterra e no País de Gales.
O secretário particular do príncipe William, Jamie Lowther-Pinkerton, assinalou ontem que o casal elegeu a Abadia de Westminster - onde se casaram a rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip em 1947 - por sua "extraordinária beleza" e sua "intimidade", apesar do grande tamanho.
Segundo o secretário, os responsáveis pela organização do casamento levaram em conta a difícil situação econômica pela qual atravessa a Grã-Bretanha.
"Todas as partes que preparam o casamento, não só o príncipe William e a senhorita Middleton, querem garantir que haja um equilíbrio entre um dia de alegria e a atual situação econômica", acrescentou Lowther-Pinkerton.
Ele destacou que William e Kate estão imensamente felizes. "É maravilhoso trabalhar (com eles) neste ambiente."
Após oito anos de namoro, o casal anunciou o casamento na semana passada, mas o noivado já estava selado havia um mês, quando William deu à namorada o anel de noivado que foi da princesa Diana. Ambos passavam férias no Quênia.
O príncipe pediu formalmente a mão ao pai de Kate, Michael Middleton, e recebeu a bênção da avó, a rainha Elizabeth II.
Para os analistas britânicos, o casamento de William, segundo da linha de sucessão ao trono, com uma plebeia de classe média tem forte potencial de devolver à realeza a credibilidade e o carinho dos súditos, abalados desde a morte de Diana num acidente automobilístico em 1997 e do anúncio do casamento do príncipe Charles - pai de William - com a amante de vários anos, Camilla Parker-Bowles.
William e Kate viverão no norte do País de Gales, onde o príncipe serve numa unidade da Real Força Aérea da Grã-Bretanha. Ele se graduou na academia militar em setembro.
Bispo destituído. O bispo da Igreja Anglicana Peter Broadbent foi destituído ontem por seus "comentários profundamente ofensivos" sobre o casamento de William e Kate Middleton. Ele declarou que a união não duraria mais de sete anos e, de acordo com a imprensa britânica, qualificou os membros da monarquia britânica de "mulherengos". A Igreja Anglicana é liderada pelo ocupante do trono britânico.
PARA LEMBRAR
Onde se casar, Westminster ou Saint Paul?
Apesar da tradição da realeza britânica de celebrar seus casamentos na Abadia de Westminster, a cerimônia do príncipe Charles e da princesa Diana, em 1981, foi realizada na Catedral de Saint Paul. Na época, o argumento usado para a "quebra do protocolo" foi o de que a catedral comportava mais convidados do que a abadia.
De estilo gótico, imponente, e postada às margens do Rio Tâmisa, Westminster é - além de um dos principais cartões-postais de Londres - o tradicional local de casamentos, coroações e velórios da realeza britânica. Do líder reformista Oliver Cromwell (1599-1658) à princesa-celebridade Diana (1961-1997), passando pela soberana do "império onde o sol nunca se põe", rainha Victoria (1819-1901), todos os "grandes" da história britânica tiveram suas vidas marcadas por grandes eventos entre as colunas de Westminster. Relatos e documentos históricos indicam que as primeiras construções do templo são anteriores ao século 11. Hoje, quem visita a abadia se depara com a fachada e torres erigidas no fim do século 18.
Embora o centro de Londres tenha ficado em ruínas na "batalha da Inglaterra", como ficaram conhecidos os devastadores bombardeios nazistas, Westminster sofreu apenas alguns arranhões nos ataques. Em setembro, Bento XVI tornou-se o primeiro papa a visitá-la.
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