18 de novembro de 2010 | 09h57
BAKU - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta quinta-feira, 18, que o caso da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, ainda está sob investigação.
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"As agências investigativas do Irã são muito competentes e elas tomarão a decisão correta nesse assunto", disse Ahmadinejad em entrevista a jornalistas na capital do Azerbaijão, Baku.
A iraniana foi condenada à morte sob acusação de trair o marido, em um julgamento que gerou críticas internacionais. O caso de Sakineh motivou pedidos dos EUA e da Europa para que a execução fosse cancelada.
Questionado sobre os apelos internacionais, Ahmadinejad citou a pena de morte em outros países. "Eu quero fazer meu próprio apelo. Nos EUA, há 53 mulheres condenadas à morte. Por que o mundo todo não está pedindo perdão para essas mulheres? Nós enviamos a eles uma lista de mulheres, mas a mídia está nas mãos deles e é por isso que ela não está cobrindo essa questão."
Sakineh foi sentenciada à morte por dois tribunais, em julgamentos ocorridos na cidade de Tabriz, no noroeste iraniano, em 2006. Uma sentença de morte por enforcamento por envolvimento no assassinato de seu marido foi comutada para 10 anos de prisão, por um tribunal de apelações, em 2007. Sakineh tem 43 anos e é mãe de dois filhos.
A segunda sentença, porém, de morte por apedrejamento por adultério, foi mantida pela mesma corte de apelações no mesmo ano. Um dos homens com quem Sakineh teria traído o marido é o acusado de ser o assassino de seu companheiro.
Reportagens foram divulgadas internacionalmente, mais cedo neste mês, afirmando que a execução dela estava próxima. O Irã, porém, tem declarado que o caso ainda está sendo analisado. As informações são da Dow Jones.
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