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Casos de Ômicron caem no Reino Unido e na costa leste dos EUA; internações ainda preocupam

Fenômeno é similar ao ocorrido na África do Sul na virada do ano, onde a nova cepa foi registrada pela primeira vez, e indica que a curva de contágio dessa versão do vírus é mais veloz que a de suas antecessoras

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O avanço da variante Ômicron do coronavírus nos Estados Unidos e, principalmente, no Reino Unido começou a dar sinais de desaceleração nos últimos dias, com a curva de casos conhecidos caindo de maneira pronunciada em território britânico e na costa leste americana. Internações, porém, ainda preocupam. Com atraso das notificações no fim de semana, o Reino Unido notificou nesta terça-feira 438 óbitos. 

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O fenômeno é similar ao ocorrido na África do Sul na virada do ano, onde a nova cepa foi registrada pela primeira vez, e indica que a curva de contágio dessa versão do vírus é mais veloz que a de suas antecessoras. 

Nos Estados Unidos, a queda no volume de casos é mais nítida na costa leste, principalmente em Nova York e New Jersey, onde a cepa do vírus chegou primeiro. Segundo levantamento do New York Times, em 9 de janeiro, a média móvel de casos no Estado de Nova York chegou a 74 mil. Oito dias depois, esse número é de 48 mil, uma queda de 35%

Teste de covid em Los Angeles: EUA têm usado autotestes como meio de avançar na detecção da variante Ômicron, cujos casos começam a cair em partes do país Foto: REUTERS/Bing Guan

Com suas dimensões continentais, no entanto, os Estados Unidos têm o surto de Ômicron em diferentes estágios ao mesmo tempo em diversos Estados, o que impede que os números nacionais caiam de maneira mais acentuada. Estados onde o vírus chegou depois ainda sofrerão com a Ômicron por mais tempo. 

No Reino Unido, com um quinto da população dos Estados Unidos, a diminuição dos contágios é mais consistente em todo o país. De 182 mil casos na média móvel em 5 de janeiro, o país tinha 98 mil casos no dia 17 – uma queda de 46%.

Outros países da Europa onde a nova versão do vírus chegou em meados de dezembro, como é o caso da Espanha, França e Itália já se aproximam do ápice dos contágios, segundo modelos matemáticos. 

Análise em laboratório de sequenciamento na Universidade Ohio State; a Ômicron foi descoberta há um mês na África do Sul e já é a variante dominante em todo o mundo Foto: GAELEN MORSE/REUTERS - 13/12/2021

Internações preocupam

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Apesar da queda no Reino Unido e nos Estados Unidos, autoridades sanitárias nos dois países ressaltam que o número de infectados continua perigosamente alto e as internações ainda não acompanharam a queda nos casos, o que deve demorar mais duas semanas.

Nesta terça-feira, o Reino Unido registrou 438 novas mortes por coronavírus, segundo o site oficial de dados da pandemia do governo britânico. Foi o maior total diário desde 24 de fevereiro do ano passado, mas os números de terça-feira costumam ser mais altos devido a atrasos na notificação no fim de semana. Na segunda-feira, o registro foi de 85 mortes. 

Segundo uma análise publicada pela Sky News, isso tem sido uma característica da pandemia, uma vez que as equipes administrativas dos hospitais folgam nos fins de semana. Mesmo assim, ela pondera que a tendência de mortes ainda está alta, com a média atual de sete dias de 272 mortes, o que já era esperado com o aumento das internações no país. 

Outra ressalva é a de que a imunidade de rebanho contra a Ômicron ainda está longe de ocorrer, seja por vacinação ou infecção natural. O número médio de americanos hospitalizados com o coronavírus é de 157 mil, um aumento de 54% em duas semanas. 

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O médico Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas do governo Biden, foi questionado na segunda-feira no Fórum Econômico Mundial se isso pode ocorrer ainda em 2022. “Espero que seja esse o caso”, disse ele, “mas só seria o caso se não obtivermos outra variante que ilude a resposta imune”. Segundo Fauci,a evolução da pandemia ainda é impossível de traçar. “A resposta é: não sabemos”, disse ele.

Embora seja muito cedo para saber como essa onda recorde moldará a pandemia, ela provavelmente terá algum impacto, disse William Hanage, epidemiologista do Harvard T.H. Escola Chan de Saúde Pública. “Esperamos que novas ondas sejam mais suaves. Isso não é “imunidade de rebanho”, porque surtos serão possíveis. No entanto, suas consequências serão muito menos graves”./ Com NYT