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Catalunha vai às urnas decidir sobre autonomia

Caso seja aprovado, a reforma do estatuto dará à Catalunha maior autonomia para decidir questões realcionadas ao controle de seus impostos

Por Agencia Estado
Atualização:

A população espanhola da comunidade autônoma da Catalunha, no nordeste do país, vai às urnas neste domingo para decidir se aprova ou não a reforma do estatuto de autonomia da região, que durante meses foi objeto de polêmica entre o governo e a oposição. Estão convocados mais de 5,3 milhões de eleitores, e o "sim" deve ganhar com 74,8% dos votos, segundo o Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS, estatal). O estatuto da Catalunha é uma das principais apostas políticas do governo do socialista José Luiz Rodríguez Zapatero, mas tem sido muito criticado pela oposição representada pelo conservador Partido Popular (PP), que considera, entre outras coisas, que o documento rompe a unidade espanhola ao definir a Catalunha, indiretamente, como uma nação, concedendo uma autonomia muito ampla à região. O governo, ao contrário, considera que a identidade espanhola se fortalece com o reconhecimento da pluralidade de suas regiões. Outra razão de críticas da oposição é o reconhecimento, por parte do estatuto, de que a Catalunha, que possui uma das rendas per capita mais altas da Espanha, deve adotar um regime fiscal específico com uma capacidade maior de controle sobre seus impostos. A Catalunha, que se considera uma nação sem um território, arrecada a maior fatia das taxas coletadas no país. Somado a isso, o novo estatuto passará para o governo local o controle sobre a infra-estrutura da região - incluído serviços ferroviários e rodoviários - e em relação à concessão de permissões de trabalho para imigrantes. "Eu acho que é um passo a frente para o país", disse o garçom Marc Oliva, de 28 anos, depois de votar em uma escola de Barcelona. A reforma do estatuto, aprovada pelo Parlamento espanhol em maio e que hoje testa, nas urnas, a aprovação ou não da população, amplia a autonomia que a Catalunha tem, desde 1979, para decidir questões relacionadas à saúde, educação e impostos da região. A reforma do estatuto é precursora de um processo de renovação dos regimes autônomos. Outras 16 comunidades espanholas também desejam mudanças, sobretudo no que diz respeito ao sistema fiscal. O presidente do governo regional da Catalunha, o socialista Pasqual Maragall, um dos primeiros a votar, destacou que hoje "a Catalunha define seu futuro".

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