Cautelosos, Arafat e Peres apresentam plano para cessar-fogo

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Por Agencia Estado
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Em uma reunião sóbria marcada pelo ceticismo de ambas as partes, o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, e o ministro israelense das Relações Exteriores, Shimon Peres, anunciaram nesta quarta-feira planos para formalizar um conturbado cessar-fogo e encerrar um ano de confrontos no Oriente Médio. Mas, mesmo enquanto os líderes estavam reunidos no sul da Faixa da Gaza, um tiroteio ocorria a poucos quilômetros dali, deixando um jovem palestino morto. Os Estados Unidos fizeram forte pressão para que a reunião fosse realizada. Os dois lados concordaram com a retomada da cooperação de segurança, que há muito foi deixada de lado. Para começar, Israel estava prestes a amenizar os bloqueios militares que prejudicaram gravemente a vida cotidiana nas áreas palestinas. Após o encontro, Peres declarou: "Ninguém veio até aqui satisfeito e todos têm motivos para lamentar se este acordo não for efetivamente implementado. Mas foi uma reunião muito importante." Os palestinos também emitiram um comunicado cauteloso: "A reunião foi um primeiro passo", disse Yasser Abed Rabbo, ministro palestino da Informação. "Mas, se não houver uma implementação prática, isto poderá levar a um novo revés." Os Estados Unidos querem que a situação se acalme no Oriente Médio enquanto tentam conseguir a adesão de países árabes a uma coalizão internacional antiterrorismo. Tanto israelenses quanto palestinos não querem ser responsabilizados por qualquer prejuízo aos esforços norte-americanos. Um teste mais importante para a trégua virá na sexta-feira, quando os palestinos planejam marcar o primeiro aniversário da atual intifada com procissões na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Em algumas ocasiões, essas passeatas levam a confrontos com soldados israelenses. Também na sexta-feira, Peres deverá reunir-se com dois negociadores palestinos para trabalhar os detalhes do plano de trégua. Uma diferença emergiu logo nos primeiros momentos: Israel quer cinco semanas de calma para um período de esfriamento das tensões antes de serem tomadas medidas de construção de confiança; os palestinos, por sua vez, querem limitar este período a duas semanas, comentou Rabbo. Num comunicado conjunto após a reunião, Peres e Arafat prometeram retomar a cooperação de segurança numa reunião prevista para a próxima semana.

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