Cavaco Silva é eleito em Portugal com 99% dos votos apurados

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Por Agencia Estado
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Aníbal Cavaco Silva venceu as eleições presidenciais realizadas neste domingo em Portugal no primeiro turno. Ele será o novo chefe de Estado por cinco anos. Cavaco Silva conseguiu 50,59% dos votos (2.739.331), com 99% das urnas apuradas. O deputado e poeta Manuel Alegre foi o segundo candidato mais votado, com 20,72% dos votos(1.122.125). Na terceira colocação ficou o ex-presidente e líder histórico socialista Mário Soares, com 14,34% (776.618 votos). Depois de Soares ficou o líder comunista Jerónimo de Sousa, que registrou 8,60% da preferência do eleitorado (465.566 votos). Em quinto lugar ficou o radical Francisco Louçã, com 5,31% (287.631 votos). O último foi o advogado António Garcia Pereira, candidato de extrema esquerda, com apenas 0,44% (23.584 votos). Perfil Nascido na região do Algarve, Aníbal Cavaco Silva tem 66 anos e foi primeiro-ministro de Portugal entre 1985 e 1995, pelo Partido Social-Democrata, de linha conservadora, no qual ingressou em 1974. Cavaco Silva estudou Finanças em Lisboa e fez doutorado na Universidade de York, na Inglaterra. Ele disputou a presidência em 1996, mas foi derrotado por Jorge Sampaio, que cumpriu dois períodos de cinco anos no cargo, o máximo permitido pela Constituição. Depois de perder a eleição, Cavaco Silva, retornou à função de professor de Economia. No início de seus dez anos na chefia do governo, Portugal ingressou na União Européia e deu um salto em seu desenvolvimento. Por ser um dos membros mais pobres do bloco, o país recebeu investimentos pesados em vários setores da economia para que pudesse se aproximar do nível dos parceiros europeus. Cavaco Silva pôs em prática várias reformas econômicas que permitiram altas taxas de crescimento e a rápida modernização de Portugal. Embora o Poder Executivo em Portugal seja atribuição do primeiro-ministro, a reputação de Cavaco Silva como reformista foi um de seus trunfos na campanha eleitoral. Durante a campanha ele declarou que pressionaria o governo para promulgar reformas trabalhistas, como a redução de pensões e o aumento da idade para aposentadoria, que os socialistas não conseguem levar adiante por causa da forte resistência dos sindicatos. Portugal também precisa reduzir seu déficit orçamentário, atualmente em torno de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), taxa que é o dobro do permitido aos países da zona do euro. No momento, Portugal passa por um período de estancamento econômico e uma taxa de desemprego de 7,7% - a maior dos últimos 18 anos.

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