Cem mil protestam contra reforma econômica em Portugal

Manifestação ocorre depois de o governo socialista decidir fechar serviços de emergência em hospitais públicos, na tentativa de conter déficit

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Por Agencia Estado
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Quase 100 mil portugueses saíram às ruas da capital nesta sexta-feira, 2, em protesto contra as novas reformas econômicas do governo, que para muitos estão destruindo os direitos sociais em um dos países mais pobres da Europa. O protesto ocorre depois de o governo socialista decidir fechar serviços de emergência em vários hospitais públicos, na tentativa de conter um dos maiores déficits do continente. "Há um amplo sentimento de descontentamento entre os portugueses. Os cortes de custos em hospitais e escolas vão contra as necessidades do povo", disse Carlos Carvalho, presidente da CGTP, maior central sindical do país. A polícia lisboeta informou que cerca de cem mil pessoas, vindas de todo o país, participaram do protesto em Lisboa - uma das maiores manifestações dos últimos anos, reunindo cerca de 1% de todos os portugueses. Alguns analistas dizem que o estrago político provocado pelos cortes pode ser superado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, graças ao seu carisma pessoal e à sua capacidade de produzir resultados. Em fevereiro, Sócrates tinha a maior popularidade em seus dois anos de mandato, segundo pesquisa da Universidade Católica de Lisboa. Portugal conseguiu em 2006 reduzir seu déficit orçamentário de 6 para 4,6% do PIB, ainda assim o maior dos países da zona do euro. O Banco de Portugal prevê um crescimento econômico de 1,2% em 2006 e 1,8% em 2007.

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