Cenário: Com ONG, Peres estimulou ‘coexistência’

Centro Peres para a Paz e a Coexistência foi criado em 1996 e promove projetos que integram judeus e palestinos

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Por Renata Tranches
Atualização:

No começo, há estranheza, medo mútuo e desconfiança. Mas depois, quando a bola começa a rolar, os empurrões, as jogadas e os gritos pedindo passe, em árabe e hebraico, fazem parecer que elas sempre se conheceram. Dessa maneira, as meninas palestinas e judias de um dos projetos do Centro Peres para a Paz e a Coexistência ajudam a reduzir as extensas barreiras que separam os dois povos. 

O projeto Girls Football for Peace une meninas em partidas de futebol sem juízes – elas precisam resolver sozinhas as divergências. Os times são mistos, judias e palestinas precisam colaborar entre si se quiserem marcar gol. Nas arquibancadas, as mães torcem lado a lado. 

Meninas palestinas e judias do projetoGirls Football for Peace, do Centro Peres para a Paz e a Coexistência Foto: Renata Tranches / Estadao

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As partidas são realizadas sempre em locais diferentes, mas em cidades judias. Em Modiin, Ramal, de 14 anos, conta que levou duas horas e enfrentou muitos postos de checagem para ir de casa, em Jericó, até ali. Com a ajuda de uma intérprete, ela conta que no começo foi difícil, a família não concordava, ela não fala hebraico. Hoje, não perde os treinos. 

Em conversa com um grupo de jornalistas brasileiros, a vice-diretora-geral e diretora de Relações Exteriores do Centro Peres, Yarden Leal-Yablonka, explica que a instituição foi fundada pelo líder Shimon Peres em 1996, em um esforço para tentar estimular a convivência entre os dois povos. 

Meninas palestinas e judias do projetoGirls Football for Peace, do Centro Peres para a Paz e a Coexistência Foto: Renata Tranches / Estadão

Os projetos focam na educação para a paz, tecnologia, meio ambiente e esporte, como o futebol das meninas, que já tem 14 anos. “A essência é a prosperidade do Estado de Israel e fomentar uma paz sustentável, dentro de uma população heterogênea e entre Israel e seus países vizinhos”, afirma Yarden.  *É JORNALISTA E VIAJOU A CONVITE DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ISRAEL 

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