23 de outubro de 2015 | 02h00
A relação com nome, RG, nacionalidade e data de nascimento das figuras públicas foi considerada por ex-espiões de aspecto verossímil e será investigada. O momento da divulgação, entretanto, fez com que as autoras e a própria denúncia ficassem entre a indiferença e o ridículo. Após receber a acusação na terça-feira, o juiz federal Sebastián Casanello salientou o óbvio: que o êxito de uma investigação sobre espionagem depende do segredo nas primeiras horas. “É como ir espionar alguém e tocar a campainha. Quem anuncia que pretende dar uma batida é tonto ou tem dupla intenção”, disse, referindo-se ao possível interesse eleitoral das deputadas. Bullrich defendeu-se dizendo não esperar que a lista fosse conhecida antes da eleição. O maior sinal de que o ato foi um “tiro no pé”, mesmo que a espionagem ilegal seja comprovada, foi a reação interna. O jornal La Nación, crítico ao kirchnerismo, apurou que a equipe de Macri considerou “desnecessária” a denúncia e temia prejuízo eleitoral.
Em 2009, Macri foi acusado de manter uma rede semelhante. Em 2014, o mesmo juiz Casanello afirmou que não havia provas contra ele, mas, em julho a Justiça manteve a investigação. Acusar sem provas agora só lembraria o eleitor do caso antigo.
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