Costurada entre potências internacionais, a maior aposta diplomática para o fim da guerra na Síria não conta com a presença de grupos que controlam um terço do território do país. Se havia um consenso sobre não convidar o Estado Islâmico para o diálogo, foi um veto dos turcos que impediu a participação de grupos curdos - um dos poucos capaz de derrotar o EI e com controle de uma porção significativa do norte da Síria. Os russos impediram a participação de outros grupos da oposição.
Negociadores nos corredores da ONU confirmaram ao ‘Estado’ que negociar a paz entre grupos que não controlam todo o território será “um desafio”. O mediador Staffan de Mistura insistiu que um eventual cessar-fogo não significará que as posições do EI não poderão ser atacadas.
Mas o que ninguém na ONU sabe dizer é como serão tratados outros grupos, como os curdos. Um dos líderes do grupo, Salih Muslim, viajou até Genebra e ainda não foi chamado. Originário de Kobani, o negociador controla o equivalente a 15% do território sírio, mas Ancara não aceita qualquer reconhecimento ao seu movimento, sob o argumento de que os curdos já têm um pacto de não agressão com Bashar Assad.
Outro obstáculo na negociação será determinar quem integra um “grupo terrorista”.