Os drones que explodiram durante o discurso do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no sábado, 4, são o tipo de ameaça para o qual especialistas em segurança e autoridades americanas há bastante tempo vêm alertando. “Agora que foi testado, acho que vamos ver muitas pessoas tentando usá-lo”, disse Jeff Price, consultor de segurança aérea e professor da Metropolitan State University, em Denver.
A Colômbia, acusada pela Venezuela de ter envolvimento com o ataque a Maduro, proibiu o uso de drones nas imediações do Palácio de Nariño, sede do Legislativo, e da Praça Bolívar durante a posse, ontem, do presidente Iván Duque. A empresa Codaltec forneceu à segurança uma ferramenta que serve para detectar a presença de drones.
Agências de polícia e de segurança americanas estão proibidas de usar novas tecnologias para monitorar ou mesmo desativar pequenos aparelhos não tripulados. Um projeto de lei pretende dar às agências novos poderes para coibir drones. O Serviço Secreto americano tem recursos para interferir eletronicamente no caso de carreatas presidenciais nos EUA, diz Price.
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Isso impede que drones voem muito próximo do presidente, mas “é muito provável que, se não puderem ser controlados, possam cair sobre a cabeça de alguma pessoa”, acrescentou ele.Membros do Departamento de Segurança Interna dos EUA disseram que o ataque na Venezuela reforça a noção de que o departamento precisa de novos poderes para combater essa ameaça.
Segundo um oficial, grupos terroristas e organizações criminosas já praticaram esse tipo de ação no exterior. O departamento também vem observando o uso cada vez maior desses aparelhos na fronteira sul dos EUA por traficantes de drogas. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO