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Cenário: Execução de cientista pode complicar esforços do governo Biden com o Irã 

Assassinato deve desencadear uma forte reação, assim como o ataque americano em 3 de janeiro que matou Qassim Suleimani, o major-general iraniano que comandava a força de elite Al-Quds, da Guarda Revolucionária

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Por Redação
Atualização:

A morte de Mohsen Fakhrizadeh pode ter amplas implicações para o governo de Joe Biden. O assassinato deve desencadear uma forte reação no Irã, assim como o ataque americano em 3 de janeiro que matou Qassim Suleimani, o major-general iraniano que comandava a força de elite Al-Quds, da Guarda Revolucionária.

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O ataque também pode complicar o esforço do presidente eleito para reviver o acordo nuclear de 2015, como ele prometeu fazer, se os iranianos concordarem em retornar aos limites acertados no pacto.

Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, em 2018, desfazendo uma conquista de política externa de seu predecessor, Barack Obama, e isolando o governo americano de seus aliados ocidentais. Trump impôs sanções severas ao Irã em um esforço para forçá-lo a voltar à mesa de negociações, o que os iranianos se recusaram a fazer.

O cientista iraniano Mohsen Fakhrizadeh durante uma reunião com o líder supremo, em 2019 Foto: KHAMENEI.IR / AFP

Israel há muito tempo se opõe ao acordo nuclear. Se seus agentes forem de fato responsáveis pela morte de Fakhrizadeh, um homem considerado um herói nacional, poderia aumentar a pressão política no Irã para continuar como esforço de reconstruir o estoque de combustível nuclear do qual o país abriu mão, em 2015.

As autoridades americanas não quiseram comentar sobre o assassinato. Mas algumas fontes de inteligência argumentaram que a morte de Fakhrizadeh, a última de importantes cientistas nucleares do Irã, enviaria uma mensagem assustadora para os outros cientistas que trabalham no programa atômico: “Se conseguimos pegá-lo, podemos pegar você também”.

A morte de Fakhrizadeh ocorre apenas duas semanas depois de funcionários dos serviços de inteligência dos EUA confirmarem que o número 2 da rede Al-Qaeda foi executado a tiros nas ruas de Teerã por assassinos israelenses em uma motocicleta, em 7 de agosto, a mando do governo dos EUA.

Abdullah Ahmed Abdullah era conhecido pelo nome de guerra Abu Mohamed al-Masri e foi acusado de ser um dos idealizadores dos ataques contra duas embaixadas dos EUA na África, no Quênia e na Tanzânia, em 1998. Ele foi morto com sua filha, Miriam, viúva do filho de Osama bin Laden, Hamza bin Laden. 

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