Os EUA mantêm no Iraque tropas quase do tamanho de uma brigada, cerca de 5 mil militares. Pouco menos de 900 deles compõem uma espécie de corpo fixo, dedicado a proteção do pessoal diplomático e de instalações de interesse americano. Todos os demais cumprem missões de tropa em área de ação - por exemplo, apoiando as operações para retomada de Mossul.
A presença dos combatentes dos EUA não é secreta, mas deve ser discreta, por determinação da Casa Branca, “ou ainda mais, por ordem direta do homem que ocupa o salão oval”, disse ontem ao Estado o analista britânico Owen Peters. “Obama não quer ter de cuidar de uma nova escalada no Iraque, mas vai deixar o problema para seu sucessor.”
O recato, nesse caso, é difícil. Imediatamente após as explosões em Bagdá, uma nuvem de helicópteros armados apareceu sobre a área, desembarcando esquadrões prontos para ação. Controlada a crise, todos se retiraram.
Em 2007 havia 170 mil combatentes dos EUA em território iraquiano. Morreram 4.491 durante os oito anos de ocupação. O esforço consumiu US$ 2 trilhões até que fosse tomada a decisão de efetivamente qualificar as forças armadas locais, limitadas na prática apenas ao Exército, para a tarefa de defesa e segurança interna. Não tem dado certo.
Há uma certa frustração no Pentágono em relação ao programa que consome bilhões de dólares e produz poucos resultados. Os assessores enviados por Washington devem produzir só os serviços de inteligência, de apoio aéreo e de logística. Todavia, o uso desses recursos não é eficiente. Uma tropa de elite toda nova está sendo preparada para superar a precariedade geral - os resultados ainda são pouco significativos.