05 de julho de 2016 | 05h00
Os fardos de dinheiro apreendidos de madrugada em um convento com relógios de luxo em uma arma de guerra romperam a polarização, foram vistos como “batom da cueca” mesmo por kirchneristas, que quiseram saber quem os usavam.
Segundo o Poliarquía, considerado um dos mais equilibrados, 67% acreditam que Cristina sabia das tramoias de Lopez e 45% creem que sairá muito prejudicada do caso.
Parte da base do governo de Mauricio Macri não gostaria de precipitar o fim de Cristina. A crise no kirchnerismo tem feito boa parte da bancada peronista, por convicção, vergonha ou conveniência, acompanhar os projetos de Macri. Isso é importante na Câmara, mas principalmente no Senado.
“Eleitoralmente, não é bom para o governo aprofundar a investigação sobre Cristina”, disse diretamente a deputada Margarita Stolbizer, política de centro-esquerda que tem acompanhado Macri nas votações mais importantes.
Outra razão para deixar Cristina sangrar é a eleição de 2017, da qual Macri depende para ter uma base parlamentar própria. Se houver um divórcio imediato entre kirchneristas e peronistas, maior é a probabilidade de estes últimos se reorganizarem em torno de uma figura que possa derrotar seu bloco em um ano e tornar-se uma ameaça pela Casa Rosada em três.
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