20 de junho de 2014 | 02h02
Uma das grandes reclamações dos republicanos espanhóis é a falta de um referendo que permita ao país se manifestar sobre se prefere a manutenção do sistema que impõe como chefe de Estado um rei. Pesquisa recente do Instituto Metroscopia constatou que 62% dos espanhóis entrevistados seriam a favor da consulta popular, e 49% votariam pela monarquia e 36% pela república. "Não digo eu, mas meus filhos e descendentes em geral deveriam ter o direito de aspirar a ser chefes de Estado de seu país, como qualquer outro cidadão que reúna condições para tanto", criticou o bancário Santiago Fernández. "Estou triste. Vejo que esse anacronismo sem sentido vai continuar", lamentou. Outra razão de protestos é o status e a imunidade que Juan Carlos terá por lei. A dotação de € 7,7 milhões para gastos da Casa del Rey - em queda pelo quarto ano consecutivo - também incomoda parte da opinião pública.
Em resposta, os monarquistas alegam que a família real espanhola é uma das mais austeras da Europa, com previsão de gastos cinco vezes inferior à da Holanda e sete vezes à da Noruega. "Espero que o novo rei siga o caminho da integridade moral", disse o professor aposentado Carlos Muñoz, que trazia o neto em torno do pescoço, para que a criança enxergasse o chefe de Estado. "Viva o novo rei! Viva a Espanha!", gritava.
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