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Centenas de detidos no Afeganistão por planos de derrubar Karzai

Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de supostos extremistas islâmicos foram detidos no Afegnistão por vínculos com um complô para derrubar o primeiro-ministro interino Hamid Karzai e atacar estrangeiros, informaram nesta quinta-feira as autoridades afegãs. A conspiração, que constitui a mais grave ameaça até agora surgida contra o incipiente regime de Karzai, incluía planos para detonar bombas em toda a capital, segundo o general Muhamad Jurat, diretor-geral de segurança do ministério do Interior, o qual acrescentou que a maioria dos presos eram membros do Hezb-e-Islami, um grupo islâmico extremista dirigido pelo ex-primeiro-ministro Gulbuddin Hekmatyar. "Eles queriam perpetrar um golpe de Estado", disse Mohamed Naseer, diretor de segurança do escritório do governador de Cabul, acrescentando que 350 pessoas estão detidas. Segundo Naseer, os conspiradores também planejavam evitar a reunião da assembléia política (Loya Jirga) que deverá selecionar o novo governo afegão em junho. O ministro do Interior, Yunus Qanooni, disse que o objetivo dos conspiradores ainda está sendo investigado, mas há suspeitas de que eles estavam envolvidos em planos de "terrorismo, seqüestros e sabotagens", acrescentando que documentos escritos encontrados em poder dos detidos indicavam que "eles poderiam levar em frente esses planos". Ao ser interrogado se os conspiradores pretendiam matar Karzai, Qanooni disse : "Havia uma série de ataques planejados contra um grande número de afegãos proeminentes, incluindo o governante Karzai e o ex-rei, Mohamed Zaher Shah, que deverá voltar da Itália ainda este mês. Segundo Qanoooni, as autoridades tinham evidências de que os extremistas também pretendiam atacar estrangeiros. Mas os funcionários afegãos não descreveram em que evidências se basearam para efetuar as prisões, que podem aumentar as tensões já existentes entre os pashtuns - o maior grupo étnico do país - e a Aliança do Norte, dominada pela etnia tajique, e que controla o ministério do Interior e outros sete ministérios-chave. Os líderes pashtuns podem interpretar as prisões como uma tentativa de sufocar seus esforços em favor da unidade da etnia antes da Loya Jirga. O tenente-coronel Neal Peckham, porta-voz da Força Internacioal de Assitência para a Segurança, disse que foram encontradas armas e que entre os detidos havia membros paquistaneses de outro grupo militante, o Jammat-e-Islami, que dá o maior apoio a Hekmatyar no Paquistão. Os membros da força de paz, segundo Peckham, não estiveram envolvidos nas operações, mas foram informados antes secretamente.

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