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Central nuclear de Fukushima registra nível recorde de radiação

Técnicos encontraram um buraco em uma plataforma da peça que envolve o reator número 2 e cogitam que ele pode ter sido causado pela queda de combustível derretido

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Por Redação
Atualização:

TÓQUIO - A empresa Tepco, que opera a central nuclear de Fukushima, anunciou que registrou um nível recorde de radiação no local e um buraco em uma parte de metal que envolve o reator número 2.

Uma pequena câmera foi colocada em janeiro nesta unidade e a análise das imagens feitas dentro do local permitiu a dedução de que, em uma parte da estrutura, "a radiação pode alcançar 530 sieverts por hora". Um homem exposto a uma radioatividade deste nível morreria praticamente na hora.

Em março de 2011, reatores nucleares de uma usina em Fukushima, no Japão, derreteram após o local ser atingido por um tsunami,liberando material radioativo em grandes quantidades;veja mais aqui Foto: Kyodo/Reuters

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"Há uma margem de erro, então o nível pode ser 30% inferior, mas continua sendo elevado", confirmou o porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), Tatsuhiro Yamagishi. O registro anterior, de 2012 em outro ponto do reator 2, era, segundo a Tepco, de 73 sieverts.

"O nível extremamente elevado de radiação medido no local, se for exato, pode indicar que o combustível não está longe e que não está coberto por água", afirmou ao canal público NHK Hiroshi Miyano, professor da Universidade Hosei, que preside uma comissão de estudos para o desmantelamento da central nuclear devastada.

Além disso, os técnicos constataram um buraco de um metro em uma plataforma de metal situada na peça que envolve o reator 2, sob o depósito que contém o coração da estrutura. "Pode ter sido provocado pela queda de combustível, que teria derretido e produzido o buraco no depósito, mas isto é apenas uma hipótese", afirmou o porta-voz.

Os reatores 1, 2 e 3 foram os mais danificados e provocaram uma enorme emissão de substâncias radioativas após o tsunami que devastou a central nuclear, em março de 2011. Os técnicos ainda não localizaram o combustível que supostamente entrou em fusão nas três unidades, dentre as seis que integram a central. / AFP

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