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Centrista descarta anunciar apoio no 2º turno francês

Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal, que concorrerão à Presidência no próximo dia 6, disputavam o apoio de François Bayrou, o terceiro colocado no pleito de domingo

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato centrista François Bayrou, o terceiro mais votado no primeiro turno das eleições francesas do último domingo, recusou-se nesta quarta-feira, 25, a declarar apoio aos candidatos que permanecem na disputa. Com a decisão, Bayrou perde a oportunidade de ser o fiel da balança na escolha do próximo presidente francês, mas mantém sua independência como o político que mais se fortaleceu ao longo da campanha. Em entrevista coletiva, ele anunciou também que criará um novo partido, e deixou a escolha para a segunda rodada das eleições nas mãos dos seus eleitores. O pleito acontece no dia 6 de maio. O candidato da direita Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal disputavam o apoio dos 7 milhões de eleitores de Bayrou, vistos como cruciais para a decisão. "Eu não vou dar nenhum conselho sobre como votar", disse Bayrou, que apesar da terceira colocação teve uma votação expressiva, e já é visto como uma emergente força política na França. O ex-candidato - que durante a campanha pendeu entre a direita e a esquerda - disse também que ainda não decidiu para quem dará seu voto. "Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal, em sua eterna disputa entre a eterna direita e a eterna esquerda, não irão melhorar, mas ameaçam piorar" os problemas econômicos, sociais e políticos do país, disse ele. De acordo com as pesquisas de opinião mais recentes, Sarkozy lidera as intenções de voto para o segundo turno. No pleito, os franceses terão que decidir entre dois planos diametralmente opostos para reviver a economia e o status global da França após 12 apagados anos sob a presidência de Jacques Chirac. Com uma campanha marcada por uma tentativa de dar um novo rosto à política francesa, Bayrou aproveitou a entrevista coletiva para atacar os dois candidatos remanescentes. Segundo ele, Sarkozy é excessivamente reformista, enquanto Ségolène é muito cautelosa. Cortejado O ex-candidato confirmou ter recebido ligações dos dois candidatos na segunda-feira, um dia após a realização do primeiro turno, e afirmou ter se recusado a falar com ambos. Ainda assim, ele destacou que permanece aberto para o "diálogo" com os dois. Embora seu partido seja um tradicional aliando dos conservadores no Parlamento, Bayrou cortejou os esquerdista ao longo da campanha, e pesquisas mostram que seus 7 milhões de eleitores estão divididos entre os dois candidatos remanescentes. De olho nas eleições legislativas de junho, Bayrou também anunciou durante a coletiva que formará um novo "partido democrata" - o que para muitos já é um sina de que o fortalecido candidato se prepara para as próximas presidenciais, que ocorrerá em 2012. Texto ampliado às 13h19

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