SAN ANTONIO EUA - Um grande centro de detenção que abriga centenas de mulheres e crianças da América Central perto da cidade de San Antonio, no Estado americano do Texas, deve ser fechado, em meio a acusações de que guardas assediaram as detentas e abusaram sexualmente delas, disseram grupos de direitos humanos na quinta-feira.
A agência de imigração dos EUA, a ICE, negou as alegações levantadas pelo Fundo Mexicano-Americano de Defesa Legal e Educação e outros grupos sobre o Centro de Detenção de Karnes, ao sudeste de San Antonio.
A porta-voz da ICE, Adelina Pruneda, disse que a agência tem uma política de tolerância zero para abuso sexual e agressão. "Pessoas em nossa custódia são abrigadas e tratadas de uma maneira segura e humana."
O grupo privado GEO, que administra o centro, emitiu um comunicado que também nega as acusações. O centro foi aberto em 1.º de agosto e abriga mais de 500 mulheres e crianças detidas após fugirem de violência e perseguição na América Central.
Os grupos disseram que guardas do centro tiravam as mulheres de suas celas à noite e bem cedo de manhã para realizar abusos sexuais.
As mulheres também teriam sido submetidas a exigências de favores sexuais em troca de promessas de dinheiro, de ajuda em casos de imigração e abrigo quando fossem libertadas, disseram os grupos. "É exatamente por isso que o governo federal não deve deter famílias", disse Marisa Bono, advogada do Fundo Mexicano-Americano.
Os grupos disseram que o governo federal tem de fechar o centro e encontrar alternativas para deter imigrantes que não cometeram outra irregularidade a não ser a entrada ilegal nos EUA. Pessoas detidas que se qualificarem para pedido de asilo deveriam ser libertadas sob fiança, argumentam.
Os grupos apresentaram a queixa à ICE em 25 de setembro e também disseram que o centro de Karnes tem alimentação e serviços de saúde inadequados.
"A GEO fortemente refuta essas alegações. O Centro de Karnes fornece um ambiente seguro, limpo e amigável para mães e crianças que precisam de processamento por parte da agência de imigração dos EUA", rebateu a empresa que o administra. / REUTERS