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Cerca de 3,5 milhões de crianças podem contrair doenças no Paquistão

Segundo ONU, situação no país é crítica; falta e água potável é a maior preocupação do órgão

Atualização:

 

NOVA YORK - Cerca de 3,5 milhões de crianças correm o risco de contrair doenças graves por conta das condições precárias de infraestrutura e higiene nas quais se encontra o Paquistão após o período de fortes chuvas e enchentes pelas quais o país passou, informou nesta segunda-feira, 16, um porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU).

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No sul do Paquistão, as enchentes continuam a afetar os moradores das províncias do Baluchistão e de Sindh. Centenas de milhares de paquistaneses tiveram de deixar suas casas nessas áreas no últimos dias. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deixou o Paquistão após um período de visitas e disse que a situação na qual o país está configura o maior desastre que ele já viu.

 

"Cerca de 3,5 milhões de crianças enfrentam um alto risco de se contagiar com doenças perigosas transmitidas por meio da água, como diarreia e disenteria", disse Maurizio Giuliano, porta-voz do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, de acordo com informações da agência AFP.

 

"O que nos preocupa mais são a água e a saúde. Água potável é essencial para a prevenção de doenças. As águas das chuvas estão bastante contaminadas, a água potável está em falta", disse.

 

A Organização Mundial da Saúde está se preparando para ajudar dezenas de milhares de pessoas em caso de cólera, embora o governo não notificou a ONU de quaisquer casos desta doença. Segundo Giuliano, o número total de pessoas expostas a essas doenças é de mais de 6 milhões.

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No sul do país, vítimas das enchentes bloquearam uma estrada para protestar contra a falta de ajuda do governo e pediram mais ação das autoridades. "Parece que não há governo aqui desde as enchentes. Perdemos nossos filhos, nossos bens, mal pudemos nos salvar, conseguimos chegar aqui, mas não temos nada. Onde esta´o governo, o que vamos fazer, para onde vamos? O governo é responsável por fazer tudo o que for possível", disse um dos manifestantes.

 

No Baluchistão, pelo menos quatro cidades foram inundadas depois que o governo decidiu mudar o curso do Rio Indus para evitar enchentes na região de Jacobabad e de uma base da Força Aérea nas proximidades, na província de Sindh.

 

Um funcionário de uma usina que abastece tanto Sindh quanto o Baluchistão com energia elétrica disse que a água havia atingido a altura de 1,5 metro dentro do local.

 

Pedido de ajuda

 

No domingo, Ban pediu que as comunidade internacional envie mais ajuda para o Paquistão, dizendo que abrigo, remédios e água são os itens mais urgentes. Ele também anunciou que o Centro de Resposta a Emergências da ONU doaria US$ 10 milhões ao país, colocando o total de verba do fundo já destinada às vítimas em US$ 27 milhões.

 

Na quarta, a ONU anunciou que seriam necessários US$ 459 milhões para ajudar o Paquistão. No longo prazo, a quantia chegaria à casa dos bilhões. Segundo Ban, mais de um quinto do país foi afetado pelas chuvas.

 

O governo diz que cerca de 20 milhões de pessoas foram de alguma forma afetadas pelas enchentes e que, até agora, 1.500 perderam a vida. As enchentes começaram duas semanas atrás na região noroeste do país e devastaram a área agrícola paquistanesa.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisou que as enchentes trariam consequências econômicas graves para o país, que já depende da ajuda externa.

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