Cessar-fogo pode acontecer nesta semana, diz Rice

A chefe da diplomacia americana afirma que o governo de Beirute deve ter o controle de todo o território do Líbano, e evitar que o Hezbollah domine o sul . A chanceler alemã Angela Merkel e o premier britânico Tony Blair, em um comunicado, pedem o fim das hostilidades

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Por Agencia Estado
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A secretaria de Estado americana concluiu nesta segunda-feira sua visita ao Oriente Médio com uma mensagem de esperança em relação à guerra no Líbano, ao afirmar que ainda nesta semana poderá ser alcançado um cessar-fogo e uma solução duradoura. "Volto para Washington levando comigo a convicção sobre a necessidade de um cessar-fogo urgente, bem como de uma solução duradoura", disse ela antes de deixar Jerusalém. Em Jerusalém Condoleezza Rice, declarou que o cessar-fogo entre Israel e Líbano poderá acontecer ainda nesta semana. A chefe da diplomacia americana lamentou a tragédia de Qana, onde a aviação israelense matou 57 civis no domingo. Ela acrescentou que o cessar-fogo "deve ser parte de um acordo global". Rice disse que a ONU e toda a comunidade internacional estão de acordo que o governo de Beirute "deve ter o controle de todo o território do Líbano" e que deve evitar que o sul esteja sob domínio da milícia do Hezbollah. O governo de Israel ordenou a suspensão por 48 horas dos bombardeios aéreos, mas as operações das forças de terra continuarão para destruir a infra-estrutura do Hezbollah no sul do Líbano. Segundo a ordem oficial, Israel suspende os bombardeios aéreos por 48 horas, mas se reserva ao direito de atacar os guerrilheiros se eles forem vistos em operações para lançar seus mísseis. Aviação israelense Antes de a ordem entrar em vigor, a aviação israelense atacou 60 alvos da milícia xiita, entre eles plataformas para o lançamento de foguetes e mísseis contra Israel e instalações da organização. Um porta-voz militar israelense desmentiu um suposto ataque aéreo na estrada de Beirute a Damasco, perto da fronteira com a Síria, segundo informaram fontes libanesas. De acordo com a imprensa local, a ordem de suspensão dos ataques aéreos foi dada pelo primeiro-ministro, Ehud Olmert, seguindo o conselho do vice-primeiro-ministro Shimon Peres, após reunião com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Oficiais da Força Aérea não descobriram ainda porque o edifício bombardeado em Qana desmoronou sete horas depois do ataque, disseram fontes militares. "Não sabíamos da existência de civis nesse edifício", disse no sábado o coronel Amir Eshel, do comando da Força Aérea israelense. Fontes das Forças Aéreas não descartavam a possível detonação de explosivos armazenados no edifício de Qana, algo que, segundo militares que atuam em operações no sul do Líbano, é comum em casas das aldeias xiitas próximas à fronteira. O chefe de operações das Forças Aéreas, general Gadi Aizenkot, informou que os milicianos fundamentalistas do Hezbollah usaram a cidade de Qana como base de lançamento para 150 dos mais de 1.700 foguetes usados para atacar o norte de Israel. No começo do 20º dia de hostilidades, fontes do norte de Israel informaram que não aconteceram ataques desde a noite de sábado contra localidades da Galiléia e do centro do Estado judeu. Depois do ocorrido em Qana, os guerrilheiros do Hezbollah lançaram 150 foguetes contra o norte israelense, sendo que alguns deles deixaram feridos e diversas perdas materiais. Forças dos corpos de infantaria Golani, o de Engenheiros e do Nachal, formado basicamente por soldados agricultores, prosseguiam com suas operações para atravessar bunkers e trincheiras, e esvaziar depósitos de armas e munição do Hezbollah. Os milicianos xiitas feriram pelo menos sete soldados israelenses no Domingo. A aviação israelense, por meio de panfletos, segue aconselhando os civis libaneses que residem em aldeias próximas à fronteira com Israel que abandonem seus lares, pois podem acabar envolvidos nas operações militares. Responsáveis militares no sul do Líbano informaram que na próxima quinta-feira a missão para desmantelar a primeira linha de fortificações do Hezbollah nas proximidades da fronteira pode estar concluída. Caso isso aconteça, será possível a criação de uma faixa de segurança de dois quilômetros ao longo da fronteira, de 110 quilômetros de extensão. Texto atualizado às 06h39

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