Chade liberta espanhóis acusados de seqüestro de crianças

ONG isenta tripulação da responsabilidade pela ação em que 103 menores seriam levados para adoção na França

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Por Agências internacionais
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O procurador-geral do Chade, Mahamad El-Adi, confirmou à Efe que os três espanhóis que estão detidos no país acusados de cumplicidade na tentativa frustrada de levar de 103 crianças à França serão postos em liberdade nesta sexta-feira, 9.   Os três espanhóis estão presos desde 25 de outubro, quando as autoridades chadianas impediram a tentativa da ONG Arca de Zoé de levar 103 crianças para a França. Foram detidos os sete tripulantes espanhóis do avião que seria utilizado, os seis representantes franceses da organização e três jornalistas franceses.   O piloto Agustín Rei, o co-piloto Sergio Muñoz e o auxiliar de vôo Daniel González podem retornar a Madri num avião especial que saiu da Espanha nesta manhã, rumo a Ndjamena, capital do Chade. A bordo do avião viaja o secretário de Estado de Relações Exteriores da Espanha, Bernardino León.   As aeromoças e os três jornalistas retornaram à Europa no domingo. Eles foram acompanhados pelo presidente da França, Nicolás Sarkozy, que chegou à ex-colônia francesa numa viagem-relâmpago. Os seis franceses da ONG são apontados como os principais responsáveis e os únicos acusados de rapto de menores.   Os dirigentes da ONG, numa declaração ao juiz que cuida do caso, na quinta-feira, isentaram de culpa os tripulantes espanhóis.   Nova denúncia   O governo do Chade anunciou na quinta que irá apurar relatos de que 74 crianças chadianas foram levadas do país no dia 17 de setembro para um aeroporto militar próximo a Paris, sem o conhecimento de seus pais. A acusação foi feita por um grupo de ONGs locais.   Masngarel Kagah, da promotoria do país, disse que ainda não está claro quem teria levado as crianças e a ONG francesa Arca de Zoé pode não estar envolvida nesse caso.   De acordo com o promotor, a Rede de Associações de Direitos Humanos do Chade reuniu a informação sobre as 74 crianças após dezenas de pais informarem sobre o desaparecimento de seus filhos. Kagah afirmou que os garotos teriam entre 1 e 6 anos e disse que há suspeitas de que o número de seqüestrados seja maior. "Não sabemos quantas outras crianças chadianas foram levadas para fora do Chade nessas condições, mas iremos investigar", disse.

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