Chance de encontrar corpos de brasileiros é quase nula

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Por Agencia Estado
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A possibilidade de encontrar os corpos dos cinco brasileiros, que extra-oficialmente estariam entre os mais de 5.000 mortos pelo ataque terrorista ao World Trade Center (WTC), é quase nula, conforme disse hoje o cônsul do Brasil em Nova York, Flávio Perri, repetindo afirmação feita pelo prefeito da cidade, Rudolph Giuliani. O consulado enviou correspondência à família de dois homens desaparecidos, um do Rio Grande do Sul e outro do Espírito Santo, com documentos para serem preenchidos e pedido de envio de objetos pessoais dos dois. Parentes dos outros três brasileiros que teriam morrido no WTC já tomaram essa medida, na esperança de que os corpos possam ser identificados por exames de DNA. Essa forma de identificação pode demorar um ano ou mais, segundo calculam técnicos do Office of Medical Examiner de Nova York, departamento equivalente aos institutos de medicina legal no Brasil. Eles trabalham com a possibilidade de examinar no mínimo um milhão de partes de corpos que foram estraçalhados no impacto dos jatos atirados pelos terroristas contra as torres gêmeas do WTC e das vítimas do desabamento dos prédios. Até hoje, apenas 168 corpos foram identificados. Além do gaúcho e do capixaba, cujos nomes não foram divulgados e ainda são oficialmente considerados como desaparecidos, os outros três que teriam perecido no ataque ao WTC são os paulistanos Ivan Barbosa, de 30 anos, e Marie Sallerin Ferreira, de 29, funcionários da Cantor Fitzgerald, e a mineira Sandra Fajardo Smith, de 37, que trabalhava para a Marsh & McLennan. Os três residiam em Hillside, no Estado de New Jersey, vizinho a Nova York. Uma missa de 7º dia foi celebrada hoje pela família de Sandra. Desde o dia seguinte ao ataque ao WTC, o Consulado do Brasil recebeu 160 pedidos de busca por nacionais que estariam desaparecidos em Nova York, localizando 111 do total. Dos restantes, 32 casos são considerados "em observação" por falta de dados mais específicos que permitam o trabalho de procura. Cinco dos demais 17 são os que se considera, extra-oficialmente, mortos. Por pedidos de parentes encaminhados ao Itamaraty, no Brasil, a representação diplomática brasileira na cidade continuava hoje tentando localizar 12 pessoas. Mas segundo afirmou o cônsul, "não há informações se essas pessoas freqüentavam ou estariam na área do WTC" quando ocorreu o ataque ao centro empresarial.

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