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Chance de sobreviventes de naufrágio na Indonésia diminui

Mais de 500 pessoas desapareceram no mar e estão a cerca de 36 horas nas águas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os serviços de socorro e resgate da Indonésia ainda procuram mais de 500 pessoas que desapareceram no mar depois do naufrágio de um navio em frente às costas de Java Central, apesar de as chances de algum sobrevivente ser encontrado serem poucas, já que diminuem a cada hora. Centenas de pessoas já estão a mais de 36 horas num mar revolto, desde que, na madrugada do sábado, uma embarcação com passageiros afundou num dos mais graves acidentes marítimos da história do país. "Por enquanto, encontramos 122 pessoas, três das quais, infelizmente, estavam mortas", disse Angit, porta-voz do Serviço Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basornas) em Semarang, base das operações. "Ainda temos esperanças de encontrar mais sobreviventes. Vimos cerca de 20 pessoas vivas no mar, mas está sendo muito difícil tirá-las, dado o mau tempo", afirmou, acrescentando que "a situação é desesperadora". "As equipes de resgate estão enfrentando ventos de entre 15 e 20 nós e ondas de mais de três metros", disse Segundo ele, os náufragos, em geral, conseguem sobreviver até três dias no mar. De acordo com o Basornas, há mais de cem pessoas envolvidas nas operações de resgate, das quais participam seis aviões, três helicópteros e nove navios de guerra da Marinha, da Polícia e da Guarda Costeira, além de várias lanchas. O ministro dos Transportes do país, Hatta Radjasa, disse aos meios de comunicação que, segundo os registros de embarque, no momento do acidente, o ferryboat Senopati Nusadua transportava 542 passageiros, 57 tripulantes e 29 motoristas de ônibus ou caminhões junto com seus veículos. No entanto, na Indonésia é comum que as transportadoras carreguem mais passageiros do que o permitido. Alguns jornais informaram que no navio poderia haver cerca de 850 pessoas. Radjasa assegurou que o Senopati, comandado pelo capitão Wiranto, não era um navio muito velho e estava em boas condições. O ministro declarou que a embarcação, um ferry comum de 2.178 toneladas e com capacidade para 800 passageiros, foi construída em 1990, havia passado por uma manutenção este ano e estava de acordo com as normas de segurança. Segundo o portal de notícias Kompas, o Senopati tinha dois barcos de emergência, cada um com capacidade para 50 pessoas, 1.025 coletes salva-vidas e 47 botes infláveis. Radjasa disse que o navio, que saiu do porto de Kundi, em Kalimantan Central (na porção indonésia da Ilha de Bornéu), e seguia para Semarang, em Java Central, não desrespeitou nenhuma recomendação de navegação. Segundo o ministro, as autoridades portuárias autorizaram o navio a navegar, baseando-se no relatório da Agência de Meteorologia e Geofísica. "Infelizmente, o mau tempo surpreendeu a embarcação quando esta quase tinha alcançado seu destino", destacou. As Forças Armadas da Indonésia enviaram para o local do acidente cinco navios de guerra e três aviões, um dos quais carregava botes para ajudar na busca e no transporte das vítimas. Apesar do mau tempo, vários navios de pescadores de Java também resolveram ajudar no resgate. A maior parte dos sobreviventes encontrados estão sendo levados para a vizinha ilha de Bawean, no leste de Java, onde estão recebendo atendimento médico. O Senopati afundou nas águas de Suar Mandalika, perto da localidade de Bawean, a 30 milhas náuticas do sul de Kalimantan. Os naufrágios são freqüentes na Indonésia, o maior arquipélago do mundo, com mais de 17 mil ilhas. Mas o acidente deste fim de semana foi o mais grave ocorrido nos mares do país nos últimos anos.

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