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Chanceler do Irã chega aos EUA sem motivo divulgado

Por AE
Atualização:

Um dia antes do encontro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Alemanha - o chamado "sexteto" - com autoridades do Irã, em Genebra, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, recebeu um visto dos Estados Unidos e esteve ontem em Washington. O motivo da viagem do chanceler iraniano não foi divulgado oficialmente. Para esclarecer, Mottaki concederá hoje entrevista coletiva nas Nações Unidas, em Nova York. O governo dos EUA buscou atenuar a visita, a primeira em anos de uma autoridade do alto escalão fora do âmbito das Nações Unidas. Segundo P.J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado, o ministro iraniano apenas tratará de assuntos na Embaixada do Paquistão, que representa os interesses de Teerã nos EUA - norte-americanos e iranianos não mantêm relações diplomáticas desde 1979. Crowlley acrescentou que o chanceler não se encontrará com nenhuma autoridade norte-americana. "Estamos mais interessados em nos reunirmos com o Irã amanhã em Genebra", disse. A agência de notícias Associated Press (AP), citando uma fonte não identificada da ONU, dizia que o ministro trataria de assuntos ligados a iranianos residentes nos EUA. O problema é que a maioria deles é composta por exilados políticos ou pessoas que saíram do Irã depois da Revolução Islâmica. O pedido de visto, feito por meio da Embaixada da Suíça em Teerã, que representa os interesses norte-americanos no Irã, foi feito nas últimas 24 horas, segundo Crowlley. Enriquecimento de urânioEm Teerã, Ahmadinejad voltou a insistir que, nas negociações de hoje em Genebra, seu representante pedirá que algum país venda para o Irã urânio enriquecido a 19,75%. Não ficou claro o que o regime de Teerã ofereceria em troca. Este valor é insuficiente para produzir uma bomba, mas bem superior à quantidade que centrífugas iranianas são capazes de produzir atualmente. A proposta já havia sido feita à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Esse urânio, disse o presidente, teria uso médico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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