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Chanceler eleva pressão por transição no Iêmen

Ministro da Relações Exteriores diz que saída do presidente está sendo negociada; líder nega transição imediata, mas milhares de iemenitas exigem sua renúncia

Atualização:

SANAAO ministro de Relações Exteriores do Iêmen, Abubakr al-Qirbi, disse ontem que está próximo um acordo para transição de poder no país, aumentando a pressão para a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh. No cargo há mais de 30 anos, Saleh negou que esteja negociando sua saída, reiterando que pretende cumprir seu mandato, que termina em 2013.O chanceler, aliado próximo do presidente, afirmou que um acordo poderia ser anunciado ainda neste fim de semana. Após o desmentido de Saleh, o ministro disse que foi "mal interpretado", mas a perspectiva de uma transição iminente levou milhares de iemenitas de novo às ruas de Sanaa. Muitos levavam cartazes, balões e bandeiras com a expressão "saia agora".Saleh chegou a propor sua renúncia até o fim do ano, mas a oposição exige sua saída imediata. Há impasse sobre a forma de transferência do poder. Parentes do presidente ocupam os cargos mais importantes do país.Ameaça terrorista. Enquanto a crise política aumenta, começam a aparecer sinais de que militantes islâmicos estariam se aproveitando da situação para aumentar sua influência no país. Moradores e testemunhas afirmaram que insurgentes da Al-Qaeda teriam ocupado a cidade de Jaar, no sul do país, depois que policiais deixaram a região.O presidente iemenita, que é um dos importantes aliados dos EUA na luta contra o terrorismo, afirmou que, sem ele, o país corre o risco de uma grave ruptura. Berço da Al-Qaeda, o Iêmen enfrenta ainda grupos separatistas no sul e conflitos entre tribos no norte. "O país é uma bomba-relógio", afirmou Saleh. /REUTERS e AP

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