Chanceler iraniano rebate críticas e chama Netanyahu de mentiroso

Premiê israelense, que discursa hoje na ONU, desdenhou de tom brando da diplomacia de Teerã

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Por Redação
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NOVA YORK - O chanceler iraniano, Mohamed Javad Zarif, chamou nesta terça-feira, 1, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu de "mentiroso" e rebateu as críticas do premiê aos sinais mais brandos emitidos pela diplomacia iraniana nas últimas semanas. Netanyahu, que considera o programa nuclear iraniano um risco existencial para Israel,desdenhou do tom mais ameno do presidente Hassan Rohani, qualificando-o como "uma ofensiva de charme".

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"A única coisa que temos visto da parte de Netanyahu são mentiras e ações para enganar e assustar a opinião pública internacional. Mas essas mentiras não ficarão sem resposta", disse Zarif, em Nova York, onde participa da sessão de debates da Assembleia-Geral da ONU, à TV iraniana. "Há 22 anos o regime sionista mente, repetindo continuamente que o Irã terá a bomba atômica em seis meses. Netanyahu é o homem mais isolado da ONU."

Netanyahu, que deve fazer ainda hoje seu discurso na sessão de debates, prometeu "dizer a verdade em meio a uma ofensiva de palavras bonitas e sorrisos". Ontem, na Casa Branca, depois de se reunir com o presidente americano, Barack Obama, Netanyahu pediu a manutenção das sanções contra o Irã.

"De fato, é crença firme de Israel que se o Irã continuar a avançar em seu programa nuclear durante as negociações, as sanções devem ser fortalecidas", disse Netanyahu.

Buscando acalmar as preocupações israelenses sobre o envolvimento diplomático dos EUA com o Irã, Obama disse que Teerã tem de provar sua sinceridade com ações, não somente com palavras, e prometeu manter todas as opções sobre a mesa, incluindo a possibilidade de uma resposta militar.

Em resposta às declarações de Obama, o chanceler iraniano disse que o líder americano precisa ser coerente para manter a confiança mútua entre seu país e o Irã. "Esses contorcionismos destroem a confiança e minam a credibilidade americana", declarou. / AP, REUTERS e EFE

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