22 de novembro de 2013 | 10h10
O chanceler iraniano Mohamed Javad Zarif disse que houve progresso nas últimas horas nas negociações com o grupo 5+1 (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha) sobre o programa nuclear do país. Segundo o diplomata, no entanto, ainda restam algumas divergências que devem ser negociadas nas próximas horas.
Zarif se reuniu nesta manhã em Genebra, na Suíça, com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, escolhida como interlocutora do grupo para negociar o impasse. Ashton deve dar um retorno nas próximas horas aos diplomatas do 5+1 e retomar as conversas com Zarif.
GILLES LAPOUGE: A usina no caminho
"As diferenças de opinião permanecem e ainda temos que trabalhar em cima dos pontos de divergência", disse Zarif à imprensa iraniana. Se Deus quiser vamos chegar a um resultado."
O vice-ministro das Relações Exteriores Majid Takht-e Ravanchi, que também participou da reunião, também está otimista. "Nosso sentimento é o de que houve progresso nas conversas de hoje", declarou.
Vários diplomatas ocidentais disseram que havia uma boa chance de que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se juntaria a ministros de Relações Exteriores dos outros cinco membros do grupo de seis potências para ir a Genebra, em mais uma tentativa de concluir um longo acordo que vem sendo costurado com o Irã.
Um diplomata viu uma "alta probabilidade" de os ministros viajarem para a cidade, mas não havia sinais de que as autoridades estavam fazendo planos de viagem. Um diplomata europeu afirmou a jornalistas que os ministros só viajariam a Genebra se houver um acordo para assinar.
Está em discussão a suspensão de algumas atividades nucleares sensíveis do Irã, sobretudo o enriquecimento de urânio de nível médio, em troca de um modesto alívio de sanções.
Isso envolveria a liberação de alguns fundos iranianos congelados em contas bancárias no exterior e permitiria o comércio de metais preciosos. Os Estados Unidos também podem aceitar diminuir a pressão sobre a compra de petróleo iraniano por outros países.
Os iranianos já deixaram claro que estão mais interessados ??em retomar as vendas de petróleo e obter alívio das restrições sobre o setor bancário e transações financeiras que prejudicam a economia, amplamente dependente do petróleo.
As principais questões em negociação parecem incluir a busca do Irã por algum reconhecimento de que tem "direito a enriquecer" urânio, a exigência das grandes potências de uma paralisação do projeto de reator de água pesada de Arak e a extensão do alívio das sanções. / REUTERS e AP
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