MADRI - O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, questionou nesta quarta-feira, 20, a idoneidade da Venezuela para assumir a presidência rotativa do Mercosul pela crise interna que o país enfrenta, já que vive em estado de "tensão" pelo "descumprimento de princípios universais e direitos humanos".
O ministro paraguaio fez estas declarações junto ao colega espanhol, José Manuel García-Margallo, depois de se reunir em Madri.
Loizaga lembrou que a Venezuela deveria ser o próximo país a assumir a presidência do Mercosul pela ordem alfabética, mas também destacou a importância da imagem que a organização projeta no exterior, e que pode ser danificada pela crise vivida pelo país.
Os ministros das Relações Exteriores e Economia do Mercosul manterão uma reunião em Montevidéu em 30 de julho para abordar essa questão.
Com relação à negociação do tratado entre Mercosul e União Europeia (UE), cujas conversas estiveram estagnadas durante vários anos, o ministro paraguaio reconheceu que trata-se de uma relação que "não é fácil" e que já se passaram 20 anos desde a primeira proposta.
Loizaga acredita que ambos os organismos internacionais se entenderão e será aberto "um fluxo de comércio que permita ao Mercosul o desenvolvimento e a criação de emprego". Ele se mostrou convencido de que os dois lados se esforçarão para que se possa alcançar um acordo e avaliou positivamente o papel da Espanha no processo do negociação, agradecendo seu "apoio" e "interesse".
Por sua vez, o ministro espanhol considerou que este acordo será fechado provavelmente depois que a UE firmar o Acordo Transatlântico de Comércio e Investimento (TTIP) com os Estados Unidos.
"Se houver um atraso nas negociações com os Estados Unidos, eu temo que possa haver um atraso nas negociações com Mercosul, o que seria uma péssima notícia", lamentou o ministro. / EFE