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Chanceler venezuelano cita Guerra do Vietnã ao criticar intervenção em seu país

Arreaza afirma na ONU que Venezuela se defenderá no caso de uma intervenção estrangeira

Atualização:

NOVA YORK - O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse nesta terça-feira, 25, em uma entrevista coletiva às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que seu país se defenderá no caso de uma “intervenção” estrangeira e advertiu que o exemplo do Vietnã será insuficiente diante do que poderia acontecer em caso de intervenção americana no país.

O chanceler da Venezuela,Jorge Arreaza Foto: AP Photo/Jose Luis Magana

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“Nossas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, nosso povo, nossas milícias, sabem como resistir, saberiam como se defender”, disse Arreaza em discurso na ONU. “O exemplo do Vietnã talvez fique aquém do que o povo da Venezuela é capaz de fazer para se manter livre”, insistiu. Os Estados Unidos lutaram contra os comunistas do Vietnã do Norte entre 1954 e 1975, e perderam o conflito após sucessivas derrotas para a guerrilha vietcongue. 

O ministro acusou os Estados Unidos e outros governos de serem encorajados a dar um “golpe de Estado” na Venezuela e criticou com muita dureza as últimas palavras e ações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o país.

Entre outras coisas, ele denunciou as sanções anunciadas contra o círculo próximo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, incluindo sua mulher, Cilia Flores, e o discurso de Trump perante a Assembleia Geral da ONU. “O que faltou ao presidente Trump em seu discurso foi pegar a Carta da ONU e rasgá-la, queimá-la”, disse ele.

Arreaza atacou a sugestão de Trump e de alguns de seus principais aliados de que um golpe militar contra o governo de Maduro poderia ter sucesso rapidamente. “Eles concordam que deveria haver golpes militares, que deveria haver derramamento de sangue, que deveria haver morte s e assassinatos na Venezuela”, lamentou.

O ministro se queixou de não poder participar de uma reunião sobre imigrantes venezuelanos organizada hoje pela Colômbia com participação do vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Arreaza, que manifestou interesse em participar da reunião, não compareceu e disse que a equipe de Pence havia ordenado que ele não fosse autorizado a entrar na sala.

O presidente colombiano, Iván Duque, que também participou, já havia deixado claro na segunda-feira sua oposição à participação da Venezuela na reunião. / EFE

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