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Charles se afasta de escândalo de ‘venda de nobreza'

Ex-assessor real Michael Fawcett é acusado de prometer título de cavaleiro e cidadania britânica para um doador bilionário saudita

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Por Redação
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LONDRES - O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, tentou nesta segunda-feira, 6, se distanciar de um escândalo envolvendo um ex-assessor real que teria prometido um título de nobreza a um bilionário doador saudita. “O príncipe não tem conhecimento das transações”, disse um porta-voz da Clarence House, residência oficial de Charles, citado pela imprensa do Reino Unido

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Michael Fawcett, um funcionário próximo do príncipe, foi acusado no domingo de prometer ajuda para a concessão de cidadania britânica e título de cavaleiro a Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz, um dos grandes apoiadores da Prince’s Foundation, criada por Charles em 1986. As denúncias foram feitas pelos jornais The Mail on Sunday e The Sunday Times.

Mahfouz teria doado £ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 10 milhões) para projetos de restauração de interesse particular de Charles, incluindo o Castelo de Mey, na Escócia. O ponto central é a doação feita para o projeto de renovação da Dumfries House, uma mansão também na Escócia, onde um jardim e uma fonte têm o nome do príncipe. De acordo com o Sunday Times, Mahfouz negou qualquer irregularidade.

Em cerimônia privada, em 2016, Charles concedeu a Mahfouz o título honorário de Comandante da Ordem do Império Britânico. O Mail on Sunday publicou uma suposta carta, de 2017, em que Fawcett afirmava estar disposto a mudar o título para um de cavaleiro, assim como apoiar o pedido de cidadania de Mahfouz.

O príncipe Charles e Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz, magnata saudita Foto: The Mahfouz Foundation

Escrita em papel timbrado e com assinatura de Fawcett, então presidente da Dumfries House Trust, dizia que as solicitações seriam feitas em resposta ao “apoio mais recente e esperado” à fundação de Charles.

Após as denúncias, Fawcett deixou temporariamente o cargo de executivo-chefe da Prince’s Foundation. Nesta segunda-feira, ele permaneceu em silêncio quando repórteres questionaram se ele havia “garantido honras em troca de dinheiro” a Mahfouz. 

Até o momento, duas denúncias contra Charles foram feitas à polícia metropolitana, informou a Fox News. Graham Smith, chefe executivo da organização política Republic, disse ter denunciado Charles e Fawcett por suspeita de violação da Lei de Honras, de 1925. 

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O ex-deputado do Parlamento britânico Norman Baker, um crítico da família real britânica, solicitou à comissária da política metropolitana, Dame Cressida Dick, que inicie uma investigação criminal sobre o caso. “Se os políticos se empenhassem em vender honras ou em oferecer apoio à cidadania, estariam em apuros. E a mesma coisa deve valer para o príncipe Charles”, disse.

O Times, de Londres, noticiou que Charles estaria “100%” de acordo com a oferta para ajudar o bilionário saudita, segundo um corretor, descrito pelo jornal como um “conselheiro remunerado de Mahfouz. Charles teria se encontrado com o bilionário saudita em Riad, na Clarence House e na Dumfries House, em 2014 e em 2015.

A Prince’s Foundation iniciou uma investigação própria. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Clarence House afirmou que Charles apoia a investigação. “O Príncipe de Gales não tem nenhum conhecimento da oferta de honras ou de cidadania britânica feita com base em doação para suas instituições de caridade e apoia totalmente a investigação em andamento.” / REUTERS 

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