O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu nesta quinta-feira que pode ocorrer "a qualquer momento" um novo golpe de Estado, como o que o afastou do poder por 48 horas em abril, e exortou seus partidários a "dar a vida" por sua "revolução bolivariana". "Não percam de vista a situação nacional, pois a qualquer momento podem tentar outro golpe, como o de 11 de abril", disse Chávez em uma inesperada aparição pública em um subúrbio do oeste de Caracas. Cerca de 5.000 manifestantes, militares da reserva e civis de oposição, marcharam nesta quinta-feira em Caracas para pedir a renúncia de Chávez, mas foram impedidos por partidários do presidente de se aproximar do Palácio de Miraflores. Durante a noite, o ex-coronel da Guarda Nacional Hidalgo Valero, um dos líderes da mobilização, foi detido. Diosdado Cabello, ministro do Interior, disse que Valero foi preso porque nesta quinta-feira utilizou uniforme militar durante entrevista coletiva sem autorização das autoridades locais. Ainda nesta sexta-feira, o Supremo Tribunal abriu a possibilidade de qualquer pessoa poder processar Chávez, independentemente da Procuradoria-Geral. A decisão foi em resposta a uma ação iniciada pelo advogado Tulio Álvarez, que este ano abriu processo contra Chávez por obter financiamento ilegal de campanha do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria.