Chávez adverte EUA sobre conseqüências de ataque ao Irã

Presidente venezuelano aproveitou para reiterar que não irá retaliar os EUA por causa de embargo armamentista

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Por Agencia Estado
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a advertir os Estados Unidos sobre as conseqüências de um possível ataque militar ao Irã. Ele reafirmou que o barril de petróleo pode ultrapassar os US$ 100 e não afastou a possibilidade de suspender o fornecimento de petróleo venezuelano aos EUA em caso de uma "agressão armada" ao território iraniano. Chávez renovou as ameaças feitas no sábado durante entrevista coletiva conjunta com seu anfitrião, o prefeito londrino, Ken Livingstone. O líder venezuelano disse ter "absoluta certeza" de que o Irã não desenvolve armas nucleares. "Não creio que os Estados Unidos tenham o direito de proibir um país de dispor de energia nuclear", insistiu ele, para acrescentar: "Quantos países no mundo tem energia nuclear? Infelizmente, a Venezuela não tem." Ele instou as nações do Ocidente a fazer de tudo para evitar um ataque ao Irã. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, tem dito reiteradas vezes que o governo americano deseja resolver a questão por meio de negociações, contudo, mantém na mesa todas as opções, incluindo um ataque nuclear. Dirigindo-se ao prefeito Livingstone, Chávez ofereceu petróleo a preços especiais para os pobres da capital britânica durante o inverno. Ele ressaltou também que a Venezuela e a Bolívia não pretendem monopolizar a distribuição de gás na América Latina, com seu projeto de construir um gasoduto na região. Embargo Chávez disse também que não interromperá o abastecimento de petróleo aos Estados Unidos, após a decisão de Washington de proibir a venda de armas a seu país. Perguntado pelos jornalistas se a Venezuela responderá a essa decisão com alguma medida relacionada ao abastecimento de petróleo, Chávez respondeu que "não, estou consciente das minhas responsabilidades". Segundo Chávez, "13% da energia desse gigante (EUA) dependem da Venezuela", quinto maior exportador mundial de petróleo. "Não queremos prejudicar ninguém no mundo", disse o presidente da Venezuela. Para Chávez, a decisão dos Estados Unidos é "uma ratificação" do que significa "o império que atropela países pequenos e fracos como nós". "É preciso alertar ao mundo da ameaça do império. Hoje é a Venezuela, amanhã pode ser qualquer país", disse Chávez antes de pronunciar uma conferência no palacete londrino de Banqueting House. O Governo dos Estados Unidos anunciou hoje que proibiu a venda de armas à Venezuela, pelo que considera uma falta de cooperação do país latino-americano na luta contra o terrorismo, informaram fontes do Departamento de Estado americano.

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