Chávez ameaça retaliar europeus

Presidente diz que cortará petróleo de países que expulsarem ilegais

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Por AP , Reuters e Caracas
Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ameaçou ontem cortar os envios de petróleo à Europa e rever os investimentos dos países que adotarem a nova diretriz para deportação de imigrantes ilegais, aprovada pelo Parlamento Europeu na quarta-feira. As ameaças foram feitas durante um encontro com o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, em Caracas. "Infelizmente, na Europa ainda predominam a direita e a ultradireita, algumas correntes muito próximas ao fascismo e ao ultranacionalismo", afirmou Chávez. "Se algum país europeu começar a adotar isso e prender os colombianos, paraguaios, bolivianos e equatorianos, vamos fazer uma lista das empresas desse país europeu que tem investimentos na Venezuela. Não vamos prender ninguém, mas essas empresas terão de levar de volta seus investimentos", acrescentou. "Nosso petróleo, pelo menos, não deve chegar a esses países." A chamada Diretriz de Retorno estabelece, entre outras medidas, a detenção de estrangeiros ilegais por até 18 meses antes de serem deportados da União Européia. O prazo pode ser estendido em 12 meses em casos excepcionais. Depois que essa norma foi aprovada, vários países começaram a se articular contra a decisão. Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, anunciou o lançamento de uma campanha internacional para tentar reverter a diretriz. "Peço aos líderes da Europa e ao Parlamento Europeu que não cometam uma agressão contra a humanidade e a vida", disse. "O que estão fazendo é gravíssimo." O ministro francês para Imigração, Brice Hortefeux, fez um balanço do endurecimento da política dessa área no país. Segundo ele, o número de deportações subiu 80% no último ano, desde que Nicolas Sarkozy assumiu a presidência. De junho de 2007 a maio de 2008, a França expulsou 29 mil estrangeiros.

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