Chávez anuncia que viajará ao Equador, e depois ao Brasil

Chávez voltou a falar de estatização durante discurso neste sábado

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Por Agencia Estado
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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou que viajará na noite deste sábado para os atos de posse do novo presidente do Equador, Rafael Correa, e posteriormente virá ao Brasil, onde participará da nova Cúpula Presidencial do Mercosul. Neste domingo, 14, Chávez participará da cerimônia na qual grupos indígenas entregarão a Correa um "bastão de comando", e na segunda-feira, da posse oficial no Parlamento. O presidente afirmou que, diante "do imperialismo descarnado e draculiano" dos EUA, desenvolve uma "diplomacia pessoal" sem desejo de enfrentamentos com ninguém, e na busca da integração solidária da região. "Ninguém poderá impedir que a Venezuela desempenhe seu papel internacional", acrescentou. O governante disse que espera conversar com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, no Equador, e lamentou não ter podido fazê-lo nos atos de posse, na quarta-feira, do novo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Chávez afirmou ter se reconciliado com o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, a quem também havia dirigido algumas críticas recentemente. O presidente aproveitou para reiterar sua solidariedade com o pedido feito pelo Equador à Colômbia, sobre as fumigações com produtos químicos realizadas na fronteira comum desses países, na luta contra o narcotráfico, e lembrou que o Governo de Bogotá "deve refletir" sobre a questão. "Eu também não o permitiria", afirmou. Chávez também aludiu às reivindicações que recebeu de Correa e do presidente da Bolívia, Evo Morales, para que a Venezuela retorne à Comunidade Andina (CAN), grupo que abandonou em 2006. "Ainda não há nenhuma decisão sobre esse assunto. Equipes técnicas estudam esse tema", afirmou. Estatização Chávez reiterou ainda seu plano de estatizar os setores elétrico e energético no país, mas que neste último as multinacionais petrolíferas que quiserem poderão ficar como sócias minoritárias. "Decidimos estatizar todo o setor energético e elétrico venezuelano. Tudo, absolutamente tudo", ressaltou Chávez em seu discurso de prestação de contas referentes a 2006. "Deixamos aberta essa possibilidade (de participação aos grupos petroleiros privados, nacionais e estrangeiros). Quem não quiser ficar como sócio, muito obrigado e boa sorte", afirmou. No início da semana, Chávez disse que estatizaria também o setor das telecomunicações, o que provocou fortes quedas na Bolsa de Valores de Caracas das ações da telefônica privatizada nacional CANTV e também da empresa Eletricidade de Caracas. Os títulos subiram depois de o governante esclarecer que as indenizações serão pagas de forma "justa", embora o Governo ainda não tenha explicado como e quando isto acontecerá. Até mesmo o ministro das Telecomunicações, Jesse Chacón, disse depois que, de sua área, apenas passará ao Estado a empresa CANTV, atualmente controlada pela americana Verizon. Chávez também lembrou hoje que a PDVSA e as empresas privadas pagam um imposto sobre extração e outro relativo aos lucros desde o ano passado. Segundo Chávez, a soberania energética plena permitiu que a receita bruta de toda atividade petrolífera subisse de 40% para 60% - o que, entre outras coisas, já permitiu à PDVSA investir US$ 5,940 bilhões em suas instalações.

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