Chávez congela relação com Bogotá outra vez

Após Colômbia dizer que encontrou armas do país vizinho com as Farc, líder venezuelano convoca embaixador e chama Uribe de ?irresponsável?

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Por AP , Reuters e CARACAS
Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chamou ontem de volta seu embaixador em Bogotá, Gustavo Márquez, e congelou as relações diplomáticas com a Colômbia, em protesto pela sugestão do governo colombiano de que armas encontradas com guerrilheiros eram da Venezuela. Chávez acusou o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de agir de forma "irresponsável", dizendo que não há evidências de que os lançadores de foguetes suecos que os militares colombianos dizem ter encontrado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vieram do mesmo lote comprado pela Venezuela. O presidente socialista ameaçou cortar todas as relações diplomáticas e tomar o controle dos negócios de propriedade de colombianos "se houver mais acusações contra a Venezuela". Chávez disse que seu país também pode suspender todos os acordos comerciais com o governo Uribe, os projetos conjuntos - como um gasoduto binacional - e encontrar novos fornecedores para substituir os bens importados da Colômbia. As tensões entre a Venezuela e a Colômbia aumentaram após Bogotá anunciar na semana passada que lançadores de foguetes vendidos pela Suécia à Venezuela nos anos 80 foram obtidos pelas Farc. A Suécia confirmou que as armas tinham sido originalmente vendidas à Venezuela. Há tempos funcionários colombianos vêm acusando Caracas de ajudar as Farc - acusação que Chávez nega. O clima entre os dois países já estava tenso por causa da intenção do governo Uribe de autorizar a instalação de pelo menos três bases americanas em território colombiano. Chávez criticou as negociações e chegou a dizer que os EUA estavam preparando uma ofensiva contra a Venezuela que seria lançada a partir da vizinha Colômbia. EQUADOR O governo equatoriano declarou que o desmentido que as Farc fizeram ontem sobre o vídeo em que o líder militar da guerrilha, Mono Jojoy, fala sobre um suposto envio de dinheiro para a campanha do presidente Rafael Correa é "mais uma prova da trama permanente" da Colômbia contra o Executivo do Equador. Segundo o ministro de Segurança Interna do Equador, Miguel Carvajal, o vídeo causou "danos ao país". As Farc divulgaram em um site um comunicado negando que tenha ajudado a financiar a campanha eleitoral de Correa. Segundo o grupo, o vídeo foi manipulado e tirado de seu contexto pela Colômbia e os EUA.

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