09 de março de 2009 | 09h51
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu um prazo de duas semanas para que a Coca Cola saia de um terreno no oeste da capital, Caracas, para que o governo possa construir casas populares."Peço que se retirem já (...). Hoje (domingo) é 8 de março. Dou duas semanas para que a empresa Coca Cola, de maneira voluntária, desocupe este terreno", afirmou Chávez em seu programa de rádio e televisão Alô Presidente.A multinacional Coca Cola Femsa, de capital majoritário mexicano, utilizaum armazém localizado no bairro popular de Gramoven para estacionarcaminhões distribuidores da bebida. O presidente venezuelano afirmou que se a empresa não retirar seus veículos do lugar "envio (Eduardo) Samán (o ministro do Comércio), ele sabe o que fazer". A companhia é a maior empresa do ramo na Venezuela, emprega cerca de 8 mil funcionários e paga US$ 140 milhões em impostos por ano, segundo números da empresa divulgados pela agência de notícias EFE.O presidente indicou que espera que a prefeitura do município Libertador chegue logo a uma decisão que permita a "recuperação" deste terreno de um hectare de "terra plana e sólida", para utilizar para construir casas "para o povo".O jornal El Universalinformou que Chávez também planeja intervir em terras nos pampas venezuelanos, especificamente em um conjunto de latifúndios nos Estados de Carabobo, Aragua, Yaracuy e Miranda.O presidente venezuelano disse que as leis que regulamentam a distribuição de terras no país autorizam a intervenção em terras ociosas ou maltratadas pelo detentor da propriedade do local, e que poderiam ser aproveitadas para a produção de alimentos. E, na semana passada Chávez retomou o programa de intervenções em indústrias e terrenos particulares, para transformá-los em "propriedade social", como parte de sua "revolução agrária" e seu plano de soberania e segurança alimentar.Na sexta-feira o governo venezuelano expropriou uma plantação de eucaliptos de 1,5 mil hectares, propriedade da Smurfit Kappa Cartón da Venezuela, filial da empresa irlandesa Smurfit Kappa Group.Na quarta-feira, o governo do país divulgou a ocupação da processadora de arroz da companhia americana Cargill. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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