
28 de setembro de 2010 | 11h12
CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a decisão da Procuradoria da Colômbia de cassar o mandato da senadora Piedad Córdoba por 18 anos por supostos vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é "infame". As informações são do jornal colombiano El Tiempo.
Veja também:
Colombia cassa mandato de senadora Piedad Córdoba
"Creio que é uma infâmia, mesmo porque essa mulher arriscou sua vida, vi suas lágrimas com familiares, sua angústia pela Colômbia, uma latino-americana íntegra, uma mulher valente, um ser humano", indicou Chávez. "É duro ver isso, não só por ela, mas pela Colômbia", continuou o mandatário, acrescentando estar ciente que Piedad só busca a paz para os colombianos.
O venezuelano se negou a comentar "as razões" que levaram a Procuradoria a agir contra Piedad. Ele alegou não querer interferir nos assuntos internos do país vizinho, mas pontuou que a senadora "é uma colombiana que, arriscando a vida, foi à selva para colaborar na libertação de sequestrados da guerrilha".
Os dois trabalharam juntos como mediadores na libertação de reféns das Farc em 2007, processo que foi suspenso pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, o que gerou uma crise diplomática entre Bogotá e Caracas.
Resposta
A senadora, que é acusada de colaborar com as Farc e promover os rebeldes, disse que a Procuradoria não tem provas das denúncias. Em um comunicado na sua página da internet, ela criticou a decisão do órgão, que cassou seu mandato por 18 anos. No texto, ela expressou sua decepção com a medida e considerou que a investigação "não tem respaldo, mérito jurídico e nenhum valor moral e ético".
Piedad participou da negociação para a libertação de uma série de reféns da guerrilha, inclusive de Clara Rojas e Consuelo Rodriguez.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.