PUBLICIDADE

Chávez diz que tomará campos de petróleo em maio

A partir de 1º de maio, o presidente da Venezuela promete passar o controle dos campos petrolíferos de empresas estrangeiras para a estatal PDVSA

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira que a partir do dia 1º de maio seu governo tomará o controle dos campos petrolíferos operados por transacionais estrangeiras na bacia do Rio Orinoco. Mais de 600 mil barris de petróleo são produzidos diariamente na região. "Nós queremos negociar (...), mas instruções foram dadas para que até o dia 1º de maio estes campos (petrolíferos) amanheçam sob nosso controle", declarou Chávez à imprensa no palácio presidencial de Miraflores. O presidente disse que quando os campos forem tomados, os trabalhadores dessas empresas passarão a atuar para a PDVSA (a estatal petrolífera venezuelana), com todos os direitos e deveres de um trabalhador. Os campos petrolíferos citados são operados desde a década de 90 mediante "associações estratégicas" entre as transacionais Exxon Mobil, Chevron y Conoco-Phillips (EUA), a francesa Total, a norueguesa Statoil, a britânica British Petroleum e a nacional PDVSA, que possui a minoria das ações. A Venezuela é um dos membros fundadores da OPEP e o quinto exportador mundial de petróleo, além de ser o quarto abastecedor dos Estados Unidos. Chávez anunciou também nesta-quinta que entre as primeiras medidas que pretende tomar depois da promulgação da Lei Habilitante está a nacionalização das empresas elétricas e de telefonia. A "Lei Habitante" foi aprovada na última quarta-feira, dia 31, em sessão realizada em frente ao Congresso de Caracas. Aprovada pela Assembléia Nacional, a medida outorgou ao Executivo a permissão para legislar livremente durante os próximos 18 meses nas 11 áreas mais sensíveis do país. O humor ofensivo de Chávez Chávez arrancou risos da platéia na entrevista coletiva ao chamar atenção para as meias de Paul Wolfowitz, presidente do Banco Mundial. O líder venezuelano questionou a saúde financeira da instituição, uma vez que seu presidente usa meias rasgadas. "Escuta, não viram as meias do presidente do Banco Mundial?" se indagou aos risos. "Como estará o banco se o presidente anda com as meias rasgadas. As duas, além disso!", acrescentou Chávez, que costuma atacar verbalmente os organismos multilaterais de crédito. Ao visitar a Turquia, Wolfowitz tirou os sapatos antes de entrar na mesquita Selimiye. Os buracos nas meias chamaram imediatamente a atenção dos fotógrafos, que se jogaram ao chão em nome de fotos que ocuparam a primeira página de vários jornais do mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.