29 de abril de 2010 | 00h00
Pense em um camelo tentando passar pelo buraco de uma agulha, uma força descomunal chocando-se contra um objeto imóvel ou um grande prego redondo que precisa ser encaixado em um orifício pequeno, e quadrado. Você terá uma ideia de quão inusitada parece ser a chegada de Hugo Chávez ao Twitter.
Prolixo, o líder venezuelano pode falar por horas e horas a fio, atropelando as próprias palavras. No conjunto de microblogs Twitter, as mensagens enviadas pelos usuários devem ter um máximo de 140 caracteres - um quarto deste texto até este ponto. A conta de Chávez no Twitter foi aberta na terça-feira. Seu nome de usuário é @Chavezcandanga (a palavra candanga significa rebelde ou audacioso). "Tudo bom? Apareci, como prometi: à meia-noite. Vou para o Brasil, contente de trabalhar pela Venezuela. Venceremos", escreveu.
O objetivo da entrada do líder venezuelano no Twitter é tomar espaços que antes eram ocupados pela oposição nas redes de relacionamento e sites. Aliados do presidente também foram instruídos a usar o Facebook para manifestar seu apoio ao governo. Ontem, Chávez já tinha 60 mil seguidores.
Mas, mesmo entre seus aliados, há quem duvide da capacidade de Chávez adaptar-se à nova tecnologia, escrevendo mensagens mais sucintas. Seu programa de TV, o Alô, Presidente, muitas vezes ultrapassa 7 horas de duração, totalizando 54 mil palavras ou 333 mil caracteres - o tamanho de um livro.
Em sua "guerra pela internet", Chávez também prometeu lançar seu próprio site, mas com menos limite: "Colocarei muitas informações lá. Será um bombardeio."
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