28 de abril de 2010 | 17h08
Em entrevista nesta quarta-feira, 28, no Palácio do Itamaraty, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não escondeu o constrangimento ao ser questionado sobre quando deixará o poder.
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Uma repórter lembrou a Chávez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente à entrevista, terminará o mandato em dezembro e perguntou quando o venezuelano pretende deixar o governo. "Vocês vão eleger um novo presidente. Eu não tenho previsto isto. Não tenho sucessor à vista, nem sucessão", respondeu Chávez.
Segurando um pequeno livro da Constituição venezuelana, Chávez discorreu sobre as relações Brasil/Venezuela e só depois disse que está no poder por vontade do povo e da Constituição.
Ele disse ainda que as mudanças que lhe garantiram permanecer no poder foram aprovadas pelo povo. A repórter, então, disse que, no Brasil, o presidente Lula também tinha popularidade, mas não quis alterar a Constituição.
"Na Europa não havia democracia. Na Espanha, há um rei vitalício e um primeiro-ministro que pode ser eleito quantas vezes o povo quiser", disse Chávez, ainda constrangido.
Ele disse que, dentro de dois anos, haverá novas eleições na Venezuela para saber o que o povo quer. Minutos antes, Chávez ainda teve que ouvir Lula reclamar da tradição de golpes e contragolpes no continente americano.
Lula reclamava especialmente de Honduras que, na interpretação dele, foi atingida por um golpe contra o então presidente Manuel Zelaya. Chávez, além de sofrer um golpe, também esteve à frente de um movimento contra o governo da Venezuela nos anos 90.
O presidente venezuelano elogiou a política externa brasileira e criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Chávez relatou que, numa cúpula das Américas, realizada no Canadá, ficou surpreso com a atitude de "subordinação" de Fernando Henrique a Washington.
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