Chávez manda seu chanceler a Brasília

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Por Agencia Estado
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Dez dias depois de os representantes do Grupo de Amigos da Venezuela ter-se reunido em Caracas para uma primeira reunião de trabalho, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez uma nova investida ao enviar, quase inesperadamente, seu ministro de Relações Exteriores, Roy Chaderton, a Brasília. Chaderton reuniu-se rapidamente hoje pela manhã com o ministro Celso Amorim e depois almoçou com outros funcionários do governo brasileiro no Itamaraty. Embora não tenha havido confirmação, nem por parte do governo brasileiro e nem por membros da comitiva do chanceler venezuelano, é possível que Chaderton tenha feito a viagem se antecipando aos grupos de oposição a Chávez que querem, também, enviar seus representantes aos países que fazem parte do Grupo de Amigos para transmitir sua versão sobre a situação política e institucional do país. Do Grupo de Amigos fazem parte Chile, México, Estados Unidos, Espanha e Portugal, além do Brasil. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, informou que Chaderton focalizou sua visita em dar informações sobre a situação política do país e sobre o andamento das negociações entre o governo e a oposição, que vêm sendo conduzidas pelo secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), César Gaviria. Indagado sobre se a Venezuela teria voltado a insistir na ampliação do Grupo de Amigos, Garcia disse que, durante o encontro, o chanceler venezuelano nem tocou no assunto. "No momento, a ampliação pode não ser útil, já que podemos avançar bem com os atuais membros", disse. Garcia relatou que o governo venezuelano está empenhado em encontrar soluções constitucionais para o problema que vive o país. Garcia voltou a insistir que o grupo não tem nenhum objetivo de mediar as negociações entre governo e oposição, mas apenas de facilitar as discussões. "Não vamos nos intrometer na situação interna", afirmou. Garcia afirmou ainda que Brasília não recebeu nenhum novo pedido de fornecimento de gasolina para normalizar o abastecimento de combustíveis na Venezuela. Por sua vez, pessoas próximas aos grupos que querem demover Chávez da presidência comentaram que a oposição está cada vez mais inclinada a aceitar o referendo revogatório, previsto na Constituição Bolivariana para agosto deste ano. "Provavelmente está havendo uma queda da temperatura. E isso pode propiciar terapias melhores que contribuam na busca de uma solução mais racional para a crise do país", disse essa fonte.

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