Chávez não convocará eleições e pede diálogo

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Por Agencia Estado
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Apesar da crise desatada nos últimos dias e da crise institucional que vive o país, o presidente venezuelano Hugo Chávez não convocará eleições, até porque, de acordo com ele, conta com apoio maciço da população. Em entrevista à imprensa hoje em Caracas, Chávez chamou os venezuelanos ao diálogo nacional e à união e pediu que a população reflita sobre os fatos ocorridos nos últimos dias. O presidente, que retornou ao Palácio Miraflores, sede do governo, domingo de madrugada, disse que amanhã será realizada uma reunião de governadores e outros representantes dos poderes do Estado que deverá dar impulso ao diálogo nacional. Antes de responder às perguntas dos jornalistas, Chávez lamentou que o confronto entre o exército e a população tenha provocado a morte de venezuelanos inocentes. "Comprometo-me, como chefe de Estado, a contribuir com as investigações para que os responsáveis não fiquem impunes", disse o presidente. Para ele, a lição foi sangrenta e acrescentou que a "poderosa força da verdade está prevalecendo". No decorrer da manhã, partidários ligados a Chávez declararam que o governo não iniciará nenhuma perseguição política e não haverá vingança contra os golpistas, embora os envolvidos terão de responder à Justiça. A rápida passagem pela presidência do país deve custar a Pedro Carmona processo por "insurreição, traição, rebelião, usurpação de funções e outros delitos contra o Estado?. Todas essas responsabilidades contra Carmona e os militares que o apoiaram serão acompanhadas pelo Ministério Público, garantiram os porta-vozes do governo venezuelano. Apesar das promessas de que não haverá uma "caça às bruxas" na Venezuela contra os militares que apoiaram o golpe contra Chávez, vários militares do alto comando das forças armadas foram detidos. Entre eles, o contra-almirante Carlos Molina Tamayo e o vice-almirante Héctor Ramírez Pérez, informa o site do jornal El Universal. É incerta também a relação entre o governo e os meios de comunicação privados do país. A administração do presidente Chávez e parte da população acusam de "exageros" da imprensa sobre o que estava ocorrendo nas ruas do país, principalmente em Caracas, e afirmam que as TVs veicularam telenovelas para evitar informar o protesto da sociedade que pedia a volta de Chávez ao poder, e que só mostraram imagens quando os partidários do presidente retomaram o Palácio de Miraflores, sede do governo. Chávez disse que tiveram de recorrer a canais de televisão estrangeiros para saber sobre os acontecimentos no país. Os meios de comunicação privados são vistos pelo governo como instrumentos desestabilizadores utilizados pela oposição para preparar e provocar a insurreição cívico-militar no dia 11. Grandes Acontecimentos InternacionaisESPECIAL VENEZUELA

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