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Chávez ordena retirada de embaixador e suspende relações com a Colômbia

Líder venezuelano acusa Bogotá de 'irreponsabilidade' sobre acusação de desvio de armas.

Por BBC Brasil
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou, nesta terça-feira, que ordenou a retirada do embaixador e de outros diplomatas venezuelanos da Colômbia e suspendeu as relações diplomáticas com Bogotá após uma acusação feita pelo governo colombiano sobre um suposto desvio de armas. Em um comunicado feito durante o programa "Dando y Dando", transmitido em rede nacional de televisão, Chávez acusou o governo colombiano de "irresponsabilidade" por alegar que Caracas mantém relações com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Segundo ele, Bogotá errou ao afirmar que armas suecas encontradas em um campo das Farc teriam sido adquiridas pelo Exército da Venezuela. "Com base nessa agressão do governo da Colômbia, ordenei a retirada de nosso embaixador de Bogotá e vou congelar as relações com a Colômbia", disse Chávez. Desvio As tensões entre Caracas e Bogotá aumentaram de maneira significativa nas últimas semanas e principalmente depois do anúncio, feito pelo governo colombiano, de um acordo com os Estados Unidos sobre o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia. Na segunda-feira, Bogotá afirmou que havia capturado armas usadas por guerrilheiros das Farc e disse ainda que os armamentos haviam sido produzidos na Suécia e vendidos à Venezuela na década de 80. O governo sueco pediu explicações a Caracas sobre como as armas, que incluem lançadores de foguetes, foram parar nas mãos dos rebeldes da guerrilha. Impacto bilateral Segundo a colaboradora da BBC Mundo em Caracas Anahí Aradas, analistas acreditam que o novo cenário político na região - de congelamento das relações bilaterais - poderia causar um impacto negativo em certos setores da iniciativa privada colombiana, assim como nos consumidores venezuelanos. Isso porque existe um desequilíbrio nas as trocas comerciais entre os dois países a favor da Colômbia. Por esse motivo, alguns consideram que perder o mercado venezuelano seria "catastrófico" para diversos setores colombianos e afetaria ainda o nível de desemprego. Em entrevista a diversas emissoras na Venezuela, o presidente da Câmara de Integração Venezuelano- Colombiana (Cavecol), Daniel Montealegre, afirmou que a Venezuela também sofreria o efeito dessa ruptura. Montealegre afirma que uma mudança poderia gerar complicações logísticas a curto prazo, entre elas o aumento dos preços de alguns alimentos. Apesar disso, o presidente da Comissão de Política Exterior da Assembleia Nacional da Venezuela disse à BBC Mundo que o governo está em "condições de resolver o que hoje comercializamos da Colômbia em outros países". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.