Chávez permitirá a estrangeiros ter participações minoritárias

A companhia nacional de petróleo venezuelana a PdVSA, manteria controle

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Por Agencia Estado
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado, dia 13, que seu governo vai permitir que as companhias privadas mantenham uma participação minoritária nos lucrativos projetos da bacia do rio Orinoco, que seu governo pretende nacionalizar. No início da semana, Chávez anunciou os planos do estado para assumir o controle da maior companhia de telecomunicações do país, os setores elétrico e de gás natural e quatro projetos de melhoramento da qualidade do petróleo pesado, hoje, controlados por algumas das maiores companhias petrolíferas do mundo. Não estava claro se Chávez pretendia que o estado tivesse o controle total dos projetos ou uma participação majoritária, como seu governo havia anunciado anteriormente. Convite Num discurso ao Congresso venezuelano neste sábado, Chávez disse que às companhias privadas - British Petroleum PLC, ExxonMobil Corp, Chevron Corp, ConocoPhillips Co, Total SA e Statoil ASA - serão dadas a opção de permanecerem como parceiras minoritárias. "Quem quiser ficar como nossa parceira, deixaremos a possibilidade aberta. Quem não quiser ficar como uma parceira minoritária, ceda o campo de petróleo e, adeus", disse. "Adeus, boa sorte e muito obrigado", acrescentou Chávez, falando em inglês. O governo do presidente Chávez já possui participação majoritária em todas as operações de petróleo no país, através de joint-ventures controladas pela estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA). Muitas companhias de petróleo têm mostrado disposição de continuar apesar dos termos duros impostos por Chávez. Conflito Chávez também anunciou neste sábado que dará as "boas-vindas" à via de confronto - segundo ele - retomada pela oposição. O presidente advertiu que seus dirigentes se arrependerão disso e insistiu que aprofundará o socialismo. "Se pretendem nos levar de novo pelo caminho do confronto, que sejam bem-vindos, mas se arrependerão. Pelo caminho que escolherem, nós os derrotaremos, pois esta revolução não tem volta", afirmou. Em seu discurso de prestação de contas sobre o ano de 2006, lido na Assembléia Nacional, o governante acrescentou que "os dirigentes da oposição começaram a montar sua estratégia detratora baseando-se em mentiras". Antecedentes Chávez chegou pela primeira vez ao Governo em 1999, revalidou seu mandato em 2000, após a aprovação da nova Constituição, e esta semana iniciou mais um período presidencial, até 2013, depois de vencer as eleições de dezembro com mais de 60% dos votos. "Acho que vou ganhar as eleições de novo em 2013", afirmou, confirmando assim seu reiterado anúncio de que este ano tentará reformar a Constituição para que possa ser candidato novamente, anulando assim a atual barreira de apenas uma reeleição consecutiva prevista na Carta Magna. Diferentes líderes da oposição convocaram manifestações nacionais, que devem terminar em Caracas no próximo dia 23, em rejeição a essas e outras iniciativas governamentais, que afirmam levar a Venezuela em direção a uma ditadura. Chávez disse que, até sua chegada ao poder, a Venezuela vivia uma "ditadura da oligarquia", e que sua gestão "aprofundou a democracia autêntica, bolivariana e revolucionária". "Este ano, convoco o país inteiro, e tenho certeza que a imensa maioria me segue, e seguirá, neste apelo, para que ampliemos e consolidemos a revolução", afirmou.

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